domingo, 4 de outubro de 2009

E tá faltando emprego no planeta dos macacos!


Eram mais ou menos umas 16h00min. A tarde trouxe consigo um ar abafado. Na frente do mesmo computador ao qual escrevo este post agora, eu preparava planos de aula para o meu estágio de Língua Portuguesa. O telefone tocou, embora ele estivesse ao meu lado esperei que ele tocasse mais duas vezes antes de atender, velhas manias que carrego desde a infância. A voz do outro lado da linha deu-me a notícia: eu estava desempregado.
Assim como eu, nesse dia, várias pessoas receberam a mesma inesperada e indesejada ligação. A descoberta de um furo na prefeitura despencou sobre as costas de vários estudantes trabalhadores naquela tarde abafada.
A verba do ano para a cidade tinha esgotado, medidas de contenção de gastos teriam de ser tomadas urgentemente pela administração pública. Uma dessas medidas foi o corte de grande parte de estagiários do CIEE pela prefeitura. E eu fui um dos "contemplados" entre estes.
Até o início deste ano, antes de arranjar este emprego, percorri cada milímetro da cidade em busca de trabalho, sem sucesso. Agora farei isso novamente, sabendo que cada rosto que cruza por mim na rua também o faz. Percebe-se claramente a relação de ligação entre os membros de uma sociedade quando a irresponsabilidade de um acarreta em um efeito dominó que prejudica boa parte da população do município. Enquanto isso, mantém-se secretarias de inutilidades e funcionários pagos pra coçar o saco, que surgem por parentesco ou amizade, mas nunca por mérito de trabalho.
Vendo tudo isso e comparando com as situações que vemos nos jornais e na televisão sobre a política brasileira, alcanço a respota de uma dúvida que há muito me perturba: Itaqui é pequena, mas sim faz parte efetiva do Brasil!

MÚSICA DE TRABALHO - LEGIÃO URBANA
(Renato Russo)

Sem trabalho eu não sou nada
Não tenho dignidade
Não sinto o meu valor
Não tenho identidade
Mas o que eu tenho
É só um emprego
E um salário miserável
Eu tenho o meu ofício
Que me cansa de verdade
Tem gente que não tem nada
E outros que tem mais do que precisam
Tem gente que não quer saber de trabalhar
Mas quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar p'rá casa pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
De todo o meu cansaço
Nossa vida não é boa
E nem podemos reclamar
Sei que existe injustiça
Eu sei o que acontece
Tenho medo da polícia
Eu sei o que acontece
Se você não segue as ordens
Se você não obedece
E não suporta o sofrimento
Está destinado a miséria

Mas isso eu não aceito
Eu sei o que acontece
Mas isso eu não aceito
Eu sei o que acontece
E quando chega o fim do dia
Eu só penso em descansar
E voltar p'rá casa pros teus braços
Quem sabe esquecer um pouco
Do pouco que não temos
Quem sabe esquecer um pouco
De tudo que não sabemos


Por: Mário Brandes


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