quarta-feira, 22 de julho de 2009

Rock'n'Roll - Erasmo Carlos



Complementando o post abaixo, disponibilizo para download Rock'n'Roll o novo disco de Erasmo Carlos.


Rock'n'Roll - Erasmo Carlos (2009)

  1. Jogo sujo
  2. Cover
  3. Chuva ácida
  4. Olhar de mangá
  5. Noites perfeitas
  6. A guitarra é uma mulher
  7. Um beijo é um tiro
  8. Vozes da solidão
  9. Mar vermelho
  10. Noturno carioca
  11. Encontro às escuras
  12. Celebridade
DOWNLOAD

Por: Mário Brandes

As mulheres de Erasmo


Em seu novo disco de músicas inéditas - Rock'n'Roll - Erasmo Carlos mostra-se vivo e antenado no que acontece em sua volta.
Com sua antiga e famosa canção "Mulher", o eterno tremendão cantou sua grande admiração pelas mulheres ( em versos como: Dizem que a mulher é o sexo frágil/mas que mentira absurda; e Mulher na escola em que você foi ensinada/Jamais tirei um dez/ Sou forte, mas não chego aos teus pés) fazendo com que feministas e donas-de-casa ortodoxas derramassem lágrimas da mais pura e vaidosa contentação.
Em seu novo álbum surge uma nova ode às mulheres: a canção "Olhar de Mangá". O título da música já nos mostra um Erasmo antenado no que rola no mundo, sabendo trazer à sua poética uma comparação com os expressivos olhos das personagens das histórias em quadrinhos japonesas. Citando mulheres famosas do mundo pop, da mitologia, da literatura, desenhos animados e figuras históricas, o Tremendão canta o fascínio que exerce um olhar feminino.
Sei que ninguém vai acreditar, mas vou postar mesmo assim, eu já tive ideia de compor uma música falando sobre os olhos de mangá e não tive inspiração suficiente pra seguir em frente. Mas ter uma ideia roubada telepaticamente por um dos melhores e mais importantes compositores do Brasil é uma coisa que me torna um cara feliz.
Veja a letra:

Olhar de Mangá
(Erasmo Carlos)

Quando a mulher ciente da beleza
Encara a natureza e vira Iemanjá
Seduz o coração do homem
Com a tentação do seu olhar de mangá

Foi assim com Lilith, primeira com os olhos de pidona
Brigite e Marilyn, Gisele, Vera Fischer e Madonna.

Bem mais do que 15 minutos de glória
O olhar ficou na história escrito em neon,
É sexo feito com os olhos,
Um miniorgasmo disfarçado em frisson

Foi assim com Lilith, primeira com os olhos de pidona
Luana e Rita Lee, Dalila, Malu Mader e Fiona.

Quero que um olhar igual a esse
Se detenha em mim
Que mexa com meus sentimentos
Me possua até o fim
Enquanto esse olhar não acontece
Eu fico por aqui
Mas sinto que ele está por perto
Azarando por aí

E lá em cima no Jardim do Éden
Os deuses já de porre
Brindam com Maná
A grande sacanagem na terra
Tudo por causa do olhar de mangá.

Foi assim com Lilith, primeira com os olhos de pidona
Medusa e minha mãe, Xuxa, Fernadinha e Fernandona
E segue a maratona:

Paula Toller, Lady Di, Iracema, Dona Flor,
Cicarelli, Wanderléa, Pitanga, Calcanhoto e Madalena
Grace Kelly, Rosemary, Luluzinha, Juliana,
Barbarella, Angelina, Frida Kahlo, Capitu e Messalina
Simone, Salomé, Mata Hari, Beth Davis,
Marina, Marta Rocha e Monalisa,
Patrícia, Marisa Monte, Esmeralda, Marília Pêra
Bethânia, Sharon Stone, Margie Simpson,
Ivete, Gal, Bibi Ferreira, Janis Joplin, Halle Berry, etc...

Todas com olhos de pidona

Por: Mário Brandes





segunda-feira, 20 de julho de 2009

Amigo de fé, irmão camarada...


20 de julho: dia do amigo.
Amigo, isso é um negócio difícil e fácil de explicar, subjetivo pra cacete, uma amizade pode ser representada por dois seres se respeitando reciprocamente, de modo quase intocável ou se tratando pelos mais sinceros e amorosos palavrões. Não vou falar de amizade, pois não saberia descrever tal, mas dentre as tantas parcerias de compositores e amigos que nos deixaram belas canções, escolho para título do post uma frase da famosa canção de Roberto e Erasmo, e agora como mensagem desse dia a letra traduzida de With a Little Help From My Friends de John Lennon e Paul McCartney:


Com Uma Pequena Ajuda De Meus Amigos

O que você pensaria se eu cantasse desafinado
Você se levantaria e sairia em mim ?
Me empreste suas orelhas e eu cantarei uma canção para você
E eu tentarei não cantar fora de tom

Oh, consigo com uma pequena ajuda de meus amigos
Eu me levanto com uma pequena ajuda de meus amigos
Tentarei com uma pequena ajuda de meus amigos

O que eu faço quando meu amor está longe
Te preocupa estar só?
Como eu me sinto ao final do dia?
Você está triste porque você está sozinho
Não, eu consigo com uma pequena ajuda de meus amigos
Eu me levanto
com uma pequena ajuda de meus amigos
Tentarei com uma pequena ajuda de meus amigos

Você precisa de alguém?
Eu preciso de alguém para amar
Pode ser qualquer pessoa?
Eu quero alguém para amar

Você acredita em amor à primeira vista?
Sim, tenho certeza que isto acontece toda hora
O que vê você quando apaga a luz?
Eu não posso te contar mas eu sei que é meu

Oh, consigo com uma pequena ajuda de meus amigos
Eu me levanto com uma pequena ajuda de meus amigos
Tentarei com uma pequena ajuda de meus amigos

Você precisa de alguém?
Eu preciso de alguém para amar
Pode ser qualquer um?
Eu quero alguém para amar
Oh, consigo com uma pequena ajuda de meus amigos
Eu me ponho alto com uma pequena ajuda de meus amigos
Tentarei com uma pequena ajuda de meus amigos
Sim eu consigo com uma pequena ajuda de meus amigos
Com uma pequena ajuda de meus amigos



Por: Mário Brandes

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Nada de eu te amo

Diferente - é essa a palavra que rege muitas mentes humanas e os corações inquietos dos revolucionários. Todo mundo quer ter algo que destoe, isto porque, o comum não se destaca aos olhos alheios.
Dessa teoria nasceu à personagem a seguir, vamos chamá-la de Aurora, ela tem uma história alucinógena, paradoxo por ser baseada em fatos reais.
Pois bem, Aurora nasceu e cresceu com um objetivo mais do que comum: destacar-se em meio à massa. O incrível é que quanto mais o tempo passava menos “anormal” percebia se tornar. Nunca gostou de excessos e popularidade, desprezava qualquer tipo de autopromoção, admiradora nata da discrição. Enfim havia nela um coeficiente bem reduzido se tratando de notoriedade.
Mas vamos convir, o jeito de ser de Aurora acabara tornando-a uma dessemelhante, isso não a abatia afinal, pensar diferente de seus amigos, por exemplo, era natural. Quanto mais pessoas conhecia, mais queria conhecer, pois ficava fascinada a cada conversa nova. Todos os assuntos são importantes, todas as pessoas têm algo interessante a dizer.
Levando a vida de maneira banal ao seu ponto de vista, não imaginava que as porções de valores próprios, fizeram dela uma personalidade nada trivial. Todos sabiam. Ela não sabia disso.
Num dia nublado de sua vida (não quis redigir: um belo dia de sua vida - ficaria comum não acham?), dia bem cinzento, Aurora sentiu algo diferente, algo incomum aos demais dias. Algo a incucava, na casa não havia nada de mais, seus amigos, eram os mesmos – nenhum problema com eles - a preocupação, o “erro”, era com aquele rapaz que a setenta e seis dias vinha ocupando o cargo de seu namorado. Viram como estamos tratando de alguém comum? Até namorava.
Mas aí é que está exatamente no septuagésimo sexto dia de namoro, ela escutou o que não queria escutar. Enquanto várias pessoas (ênfase nas mulheres) no mundo aguardam ouvir a frase mágica. Aurora tinha medo da frase, nisso ela SABIA, que era diferente, e isso dava até medo.
Ele disse as palavras. Sem o mínimo de esforço para mantê-las guardadas dentro da boca, o infeliz proferiu chegando próximo ao ouvido de Aurora um decidido e romântico:
Eu-te-amo.
As pernas dela não ficaram bambas, a sensação não foi agradável, o coração não disparou, ou melhor, assoprou de raiva. Amor, ora sabia ele o que era amor, só setenta e poucos dias e já estava entregue, já tinha falado o sumo, que graça teria depois daquilo? O que poderia esperar? Nada. Percebeu então que era diferente, e muito. Como seria surpreendida por um cara que diz amor assim banalmente! Foi o fim. Acabou ali o namoro. Acabou a banalidade. Acaba aqui a história.
Por: Daíse Carvalho

quarta-feira, 15 de julho de 2009

terça-feira, 14 de julho de 2009

Os Papa-Defuntos!


Esse post já era pra ter saído há muito tempo. Havia hesitado em escrever sobre a morte de Michael Jackson, pois o assunto já estava de tal modo banalizado (e continua) que acredito que eu não seria o único a ter enjoo do texto.
Entretanto é sobre essa banalização mesma de que trata o post. Após sua morte o ídolo pop vendeu mais do que em 11 anos de sua carreira. Os números surpreenderam a indústria ocidental que cria pequenas intrigas, coletânias, passa clipes e infesta a programação televisiva, que busca antes audiência e lucro do que informação confiável.
Não há dúvidas de que um dos maiores fenômenos mercadológicos dos últimos tempos foi a morte de Michael Jackson e baseado nisso ele está em toda parte, assombrando a sua própria paz e enchendo bolsos de dinheiro.
Talvez pelo motivo de que não é no meu bolso que entra a grana do "rei do pop", eu tenha enjoado de tanta repetição e diga com veemencia de que se o Michael Jackson tiver missa de sétimo dia eu quebro a TV!

Por: Mário Brandes

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Hoje ainda é dia de Rock!



O Efemero & Irônico não poderia deixar passar em branco o dia mundial do rock, sem um post que fosse!
Considerado por amantes do gênero como um segundo aniversário, o dia 13 de julho comemora mundialmente a batida responsável pela maior revolução comportamental do século passado e, que embora tenho sofrido algumas modificações, perdura até hoje.
Filho da música country dos brancos com os lamentos dos blues entoados pelos escravos dos Estados Unidos, o rock surge como uma resposta à uma sociedade conservadora fundada em preceitos arcaicos e hipócritas.
O rock é sinônimo de atitude, uma postura de pensamento e comportamento de ir contra o estabelecido ou apenas a mais simples, pura e sincera diversão.
Desde a década de 1950 o rock se divide em subgêneros, em que garotos armados com suas guitarras se identificam e mudam seu mundo e suas vidas em poucos acordes.
O rock é música hormonal, juvenil, orgânica. A distorção da guitarra se confunde com a explosão de hormônios dos jovens (jovens às vezes sessentões como Mick Jagger e cia.), logo - os "bons costumes" que me perdoem - enquanto houver juventude, sonhos e uma guitarra, haverá rock'n'roll.
Let's rock!


Por: Mário Brandes

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Acreditem: elas não aprendem!


As crianças não estudam mais. Também, hoje, elas não vêem necessidade alguma em fazer isso. Por que não tem!
Acontece que do jeito que vão as coisas na escola, digo em sala de aula, meninos e meninas têm a preocupação com tudo, tudo que envolva qualquer parte do todo, e que não diga respeito a estudar, o colégio torna-se cada vez mais azucrinante, acordar cedo e ir pra aula é um sacrilégio.
As aulas viraram monotonia, o recreio é tão esperado por ser o alívio da chatice das aulas, as provas agora são difíceis para quem não tem facilidade para decorar. A decoreba tornou-se o método de ensino mais eficaz encontrado pelos mestres. Claro a criança decora para o dia da prova no outro dia já esquece, não sabe nada de nada e respondeu alguma coisa desse nada na prova, tirou uma nota de nada. E essa nota vai valer absolutamente nada futuramente. Efemeridade nada boa.
As coisas mudaram só o que não mudou foi o conteúdo do programa. São sempre as mesmas matérias, ensinadas sempre do mesmo jeito, sem nenhuma contextualização ou abordagem diferente. A criatividade dos professores está reduzida a quase zero. Pode ser devido a problemas de remuneração que abala ultimamente o estado, convenhamos isso não justifica, apenas aponta um motivo.
Que culpa as crianças tem disso?
Funciona quase como uma cadeia: para jogar vídeo game ficar no computador e jogar bola, as crianças precisam tirar boas notas, para boas notas deve-se decorar todo o conteúdo da prova, para decorar tem que copiar tudo no caderno, e para copiar é preciso ser rápido, ser rápido é garantia de ir embora mais cedo.
Então o Joãozinho copia tudo, decora tudo, e como bom filho, bom aluno, bom resultado da técnica da decoreba, tira dez na prova. Leu, copiou, decorou, memorizou, mas não aprendeu, não entendeu. Satisfeito. Moral da história: o dez que o pai queria está ali, a aprovação do filhinho da mamãe é concreta, e a tarefa da professora concluída, que final infeliz!
A escola é importante, é a formação da personalidade de tantas crianças. A qualidade no ensino, na educação, é uma das saídas para solucionar os problemas sociais, falo em nível de país.
Pergunte a uma criança o que é inflação, para que serve um senador, o que são as capitanias hereditárias, e se entendem sobre corrupção. Melhor não perguntar, mas pode-se muito bem ensinar esses desprovidos de sabedoria e falo consciente que a culpa dessa carência cultural está muito longe de ser deles.
Quanto tempo vai demorar para abrirmos os olhos, perceber que caso o sistema continue acomodando as crianças em não estudar, vai conseguir criar uma geração de revoltados.



Por: Daíse Carvalho

terça-feira, 7 de julho de 2009

Da nudez das palavras


Ainda não inventaram roupa capaz de cobrir a nudez a qual nossas palavras nos expõem. Como um instinto de defesa que se sobrepõe à razão, evitamos e ao mesmo tempo procuramos desesperadamente as palavras. As palavras nos revelam, mesmo que não percebamos no momento, cada palavra corta um pedaço nosso e solta-nos nus em uma praça pública qualquer.
Por vezes recuamos das palavras, agarramo-nos a superficialidades e futilidades, não por sermos de fato fúteis e superficiais, mas por puro medo de que nos descubram, de que confirmem o óbvio de que somos extremamente diferentes e de que assim sejamos excluídos e sós.
No entanto é gigantesca a necessidade e a busca por essas palavras - se fugimos das palavras por medo ou vergonha dos outros, as buscamos incansavelmente para por pra fora tudo que nos sufoca, sendo isso bom ou ruim.
Em entrevista, a cantora Pitty disse que na adolescência possuía um diário no qual escrevia em um dialeto próprio - belo exemplo de medo e necessidade de escrever.
Escrever é quase tão necessário quanto respirar, é uma necessidade de sentir-se vivo, de aliviar-se.
Pronto, estou mais leve agora.


Por: Mário Brandes

sábado, 4 de julho de 2009

No doce jardim de Tiê


Em contrapartida com as cantoras brasileiras do início da década - que tinham como forte característica uma certa masculinização, com suas vozes graves e roucas - vem surgindo novos artistas já chamados pela imprensa de "nova MPB" em que as cantoras voltam a apresentar uma feminilidade até então perdida (o que não é uma perda de qualidade, não imagine que falo de dondocas tipo Sandy).
Em meio a este cenário surge Tiê, guria com nome e voz de passarinho, lançando seu disco Sweet Jardim - que conta com a participação de ninguém menos do que Toquinho - que mostra suas belas composições simplistas, de forte apelo folk, um violãozinho aqui, um pianinho acolá, mas muita verdade e sentimento em cada uma das canções, das dez que compõem o álbum.
Como muito me agrada compartilhar descobertas musicais e não sou hipócrita a ponto de levantar a bandeira antidownload, já que baixo álbuns direto, disponibilizo aqui no blog o disco da Tiê.

2009 - Sweet Jardim - Tiê

  1. Assinado Eu
  2. Dois
  3. Quinto Andar
  4. Passarinho
  5. Aula de Francês
  6. Chá Verde
  7. Te Valorizo
  8. Stranger But Mine
  9. A Bailarina e o Astronauta
  10. Sweet Jardim

DOWNLOAD

Por: Mário Brandes

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Máquina versus Homem


O que não inventam? Com certeza você já escutou essa pergunta. Concorde ou não, a tecnologia é uma constante ascendência que nos cerca. E faz ela muito bem. Trouxe tantas facilidades e confortos, que nos fazem dependentes. As crianças já nascem sem paciência, tudo deve ser breve, afinal, o tempo voa.
As vantagens mecânicas, elétricas e também manuais, as quais podemos usufruir hoje, deveriam nos tornar pessoas mais tranquilas. Mas, a bem da verdade, isso não acontece.
Mencionei às crianças, explico. Tenho um sobrinho, e ele é a alegria do lar, como qualquer criança que se possa conviver antes dos oito anos de idade, salvo exceções. Tenho também em casa um eletrodoméstico de utilidade imprescindível: rápido, eficaz e prático. Realmente o micro-ondas é uma admirável invenção, e também é uma alegria na casa, só que apenas na cozinha.
Mas o guri não suporta o barulhinho do aparelho, não aguenta ver a luz acesa. Plena hora do café, e eis que o pequeno projeto de gente, surpreendeu-me quando por extinto, tomou nas mãos uma colher, digo a você, simples, o talher tem cabo azul e parte metálica como tantas colheres que a gente ocupa. Impaciente e bruto dirigiu-se até a frente do aparelho elétrico de uso caseiro, sem escrúpulos, e espancava a inofensiva caixa branca com luz amarela no interior, batia com força e estava gostando.
Eu nada falei e fiz, por segundos me encontrei estática observando a primeira surra que o pequeno dava. Percebo agora que naquele momento caí em mim, o sobrinho me explanava como num futuro não tão longe, homem e máquinas irão se relacionar. Decidi livrar o aparelho de tamanha humilhação, ora todo mundo merece respeito e reconhecimento. Veja bem, quem que em tempo recorde esquenta água para o café, por exemplo, que nesse frio, rapidamente, descongela carnes que estão sólidas feito pedras?
Penso, logo tirei o menino dali. Expliquei que por mais que a gente sinta muuuuita vontade de bater em algo ou alguém, é sempre bom manter o controle e sensatez. Em palavras claras, instantâneas e acima de tudo pacientes, disse: Se bater ali de novo, não vai ganhar mama! Ele parou no mesmo instante.
Sempre procuro entender todos os problemas e encontrar jeitos para resolvê-los. Parti com ideia de estar com dois anos de idade. Visualizei-me sentindo bastante fome, minha mamadeira sendo preparada diante de mim, e antes que eu saboreasse quem tirava uma provinha era aquela caixa branca com luz amarela dentro, minha janta, o aparelho abocanhara antes, bem como um adorável iogurte, sempre antes de mim - ele-, e assim via todos meus alimentos. Só eram liberados para mim após três buzininhas ridículas.
Antes de dar início a minha agressão contra o micro-ondas, escutei as três buzininhas.

Agora, desculpe, com sua licença o café está pronto!
Obs: a foto é do sobrinho!
Por: Daíse Carvalho

Impondo democracia


Na coluna civitas de hoje (3 de julho) do jornal Folha de Itaqui o delegado Rafael Brodbeck escreveu um artigo intitulado "Quem é o golpista?" em que argumentava que o afastamento do presidente Zelaya de Honduras teria sido, não um golpe de estado, mas uma resposta prática à uma tentativa de violação da Constituição do país, de ferir a democracia - visto que Zelaya foi afastado por propor um plebiscito sobre a introdução da reeleição no país e é artigo pétreo na Constituição hondurenha a proibição de reeleição, bem como de plebiscitos.
Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem. realmente o cara foi bater de cara contra a Constituição, que normatiza deveres e direitos de todos os cidadãos. Porém, o conceito de democracia, até onde sei é o de "governo de todos". Sendo assim, um plebiscito poderia ferir a Constituição quanto documento a ser seguido, mas ao ser uma decisão de maioria, torna-se impossível dizer que este seria antidemocrático. E as manifestações populares contra os militares que depuseram o presidente eleito mostram claramente - só não vê quem não quer - que não é vontade de todos, ou da maioria, a permanência de Michelletti e dos milicos no poder. A partir disso conclui-se (sem muito esforço, diga-se de passagem) que os militares não estão defendendo nenhum direito democrático pelo fato de afastar alguém que sugeriu algo proibido pela Constituição. Pode ser qualquer coisa, mas democracia não é.


Por: Mário Brandes

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Governinho Demodé


A aproximação do governo de Honduras - regido então por Manuel Zelaya - com a esquerda e as alianças feitas com Hugo Chávez não agradou muito as elites conservadoras do país, que neste domingo tomou o poder através de um golpe de estado. Os milicos expulsaram Zelaya do Palácio Presidencial pouco antes de uma consulta popular sobre uma reforma na Constituição que introduziria no país a reeleição. O cargo vago ficou ocupado então por Roberto Michelletti que diz que o que ocorreu não foi um golpe de estado (e alguém se convenceu?). Em primeiro momento, Zelaya, muito machinho, disse que voltaria ao poder por meio da força (e com a companhia dos presidentes da Venezuela e da Argentina). Nesta quarta-feira a Organização dos Estados Americanos (OEA) deu um ultimato à Michelletti, dando um prazo de 72 horas para que o presidente deposto volte ao poder. Ainda hoje o Congresso de Honduras aprovou uma restrição parcial dos direitos constitucionais - durante um prazo também de 72 horas - o que implica na autorização de prisão à pessoas por mais de 1 dia e na suspensão das liberdades de reunião e associação e também no direito de ir e vir do cidadão (tudo isso proposto pelo carinha aquele que nega que esteja fazendo um golpe de estado, ah tá). Golpe de estado? Milicos no poder? Comunistas comendo criancinhas? Parafraseando minha madrinha: 'Que coisa mais fora de moda! Mas do tempo!'
Pois é, seguindo essa linha em breve tá todo mundo usando ombreiras (sugestão da Lauren para um flashback tosco) em Honduras.

Por: Mário Brandes.