quinta-feira, 19 de agosto de 2010

De qual piada estamos falando mesmo?


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vinculou uma norma que proíbe que programas de televisão e humoristas em geral usem de piadas que levem os candidatos destas eleições à exposições ridículas.
Não sei ao certo se esta medida foi tomada como uma iniciativa de inibir possíveis influências da mídia na escolha popular.
Entretanto, não há outras correntes influenciáveis sendo transmitidas segundo a segundo na mídia? Um exemplo disso são as pesquisas eleitorais - que, diga-se de passagem, creio que possuam resultados comprados - que de algo a nível informativo, passa a ser quase uma forma de coação de voto. Ou você pelo menos não conhece alguém que vai deixar de votar em determinado candidato porque este não tem um número elevado de intenções de voto?
Mas a questão mais delicada disso tudo é que o que está acontecendo é uma forma de censura à própria liberdade de expressão, liberdade esta usada como argumento para que não se necessitasse mais de curso de nível superior para o exercício da função de jornalista. Isso é injusto. Contudo, a maior injustiça de todas é que a censura ao humor não se aplicou à todos, visto que o Horário Eleitoral Gratuito continua sendo transmitido.
Ou você conhece algum programa de humor que bata esse?


Por: Mário Brandes
Siga-me no twitter: @mariobrandes


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O direito à felicidade.


Já faz algum tempo que a deputada pelo PC do B no Rio Grande do Sul Manuela D'Ávila e o senador do PDT Cristóvão Buarque movimentam-se para uma alteração no art. 6º da Constituição Federal no que diz respeito aos direitos sociais. Para estes parlamentares, é necessário que seja incluída na Constituição o direito à felicidade, direito este "inerente à cada indivíduo e à sociedade".
Lendo assim parece tão bonito. Entretanto, Cristóvão Buarque não é Chico Buarque e a carga poética da frase e pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz escrita pelo segundo não se repete na emenda constitucional proposta pelo senador.
Você que está lendo isso agora é capaz de definir o que é a felicidade de fato? Pois é, eu também não.
Está se discutindo algo tão abstrato que ninguém é capaz de definir com eficácia, enquanto isso, problemas concretos como saúde, cultura e educação não têm uma discussão de ênfase semelhante.
Se estes problemas urgentes e concretos fossem tratados com a devida seriedade e responsabilidade, não tenham dúvidas de que todos estaríamos um passo a frente desta coisa indefínivel que é a felicidade.

Por: Mário Brandes
Siga-me no twitter: @mariobrandes

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Parabéns atrasado.


Quando decidi escrever o post anterior, pensei que já tivesse escrito algo do gênero, então resolvi olhar os posts antigos para conferir. Me surpreendi ao reparar que o Efemêro & Irônico já tem mais de 1 ano. O tempo passou voando e é atrasado que eu desejo a este blog ainda vários anos. Mesmo que termine comigo apenas lendo os posts da Daíse e ela os meus, ou nem isso.
Feliz aniversário atrasado meu blog!


P.S: Como esqueci o presente, coloco esse vídeo em que toco "Samba pa ti" em homenagem ao blog.
P.P.S: Mentira que o vídeo é em homenagem ao blog, ele já tava aí fedendo e resolvi postar.
P.P.P.S: Como é chato um cara que escreve 3 ps's!




Por: Mário Brandes
Siga-me no twitter: www.twitter.com/mariobrandes

Urnas livres.


Hoje começou a ser transmitido na tv o Horário Eleitoral Gratuito. Há algumas semanas os candidatos à presidência do país eram entrevistados no Jornal Nacional. Em pouco tempo estaremos elegendo um novo representante da nação brasileira.
Com todo esse clima, surgem tímidas discussões a respeito das eleições de 2010 e faíscas de falso ufanismo brotam em alguns lugares. De todos estes debates, o que mais me desperta interesse é a questão do voto livre. Se vivemos em regime democrático por que somos obrigados a votar?
A existência do voto em branco e do voto nulo não tornam a obrigatoriedade do voto algo menos descabido. Os maiores problemas em relação ao voto são a venda do mesmo e o desinteresse, logo, se o voto fosse livre, votariam apenas as pessoas que realmente se interessassem e haveriam menos votos por tiração de sarro.
Em poucas palavras: o voto é um direito e uma obrigação, rica (em dólares e euros) contradição.

Por: Mário Brandes
Siga-me no twitter: www.twitter.com/mariobrandes

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O mundo sobre as costas dos heróis do dia a dia


Como criança fantasiosa que fui - e da qual ainda restam resquícios em minha personalidade - sempre fui grande fã dos clássicos super-heróis, aqueles seres capazes de feitos sobre humanos que dedicam sua vida à proteção alheia. Entretanto, certa vez, fui tomado de assalto por uma súbita dúvida ao reparar que estes heróis clássicos eram tão humanos como os "humanos naturais", trabalhavam, tinham mulher, filho, uma vida careta com a de todos, o que fazia com seu alter-ego fosse uma quebra de rotina: como se sentiam estes ante a imensa responsabilidade que lhes é imputada? Gostariam eles de ser "celebridade" ou lamentavam não poder ter uma vida careta?
Uma das coisas que inspirou a escrever este post é a letra da música Ele, o super-herói da genial banda baiana Cascadura. Transcrevo tal letra agora para seguir minha linha de raciocínio e contextualizá-la com nossa vida cotidiana - afinal, acredito que quem leu o post até agora está achando que é apenas uma divagação nerd sobre gibis e acham errado.

Ele, o super-herói! - Cascadura
(Fábio Magalhães)

Certos dias o tornam melhor
Ele é um herói
Sempre tem muito a fazer

É o mais veloz
Bem mais que nós
E onde lhe dói
Ninguém poderá saber

E a vida que ele leva, não, não é
A que ele quer, não, não é
Esconde nas trevas o que lhe dá prazer
Enquanto o mundo está a dormir

Sem mocinha
Eis nosso herói
Só solta a voz
Pra fingir que nunca perdeu

Quem o vê voar não o vê deprimido
Quando ele está derrotado sob as cobertas
E se ele revelar o quanto é sensível:
"O que é que os outros vão dizer?"


Como é possível notar, a letra narra a história de um super-herói preso à responsabilidade de ser sempre o "maioral". No dia a dia, todas as pessoas são super-heróis, desde o ambientalista que luta por seus ideais ao operário que luta em seus dias para por comida na sala de jantar. Eu, particularmente, sou uma pessoa que carrega o mundo nas costas, o que é em certas horas é terrível, pois se tem a sensação de que tudo de errado que acontece no mundo é culpa sua. Acredito que todo mundo é assim, em maior ou menor grau.
O importante é ter consciência e aceitar de que por mais que sejamos 'super-heróis', ainda somos os humanos cheios de fraquezas e devemos aprender a utilizá-las em nosso favor e não suprimi-las e encará-las apenas na solidão do quarto.
Assista o vídeo da música 'Ele, o super-herói' do Cascadura, clicando aqui.

Por: Mário Brandes
Siga-me no twitter: www.twitter.com/mariobrandes