domingo, 30 de agosto de 2009

E a Tchuby não é um ET!


Sempre me senti muito deslocado em várias situações cotidianas, por gostar de coisas diferentes ou pensar de maneira diferente do que a maioria das pessoas da minha idade.
Sou brasileiro apenas por uma questão geográfica, pois detesto carnaval, não acho muita graça em futebol e ODEIO o típico jeitinho brasileiro (leia irresponsável), somente esses pequenos aspectos já fazem com que eu fique um tanto perdido no meio da multidão.
Uma amiga minha, a Tchuby, (que presenteio com o título do post) disse que se sentia uma extraterrestre por gostar de coisas que a maioria das pessoas da idade dela não curtem. A própria Daíse escreveu um post sobre o seu descontentamento em relação à geração da qual ela pertence e de sua falta de identificação.
Com base nesses dados, vejo que não sou o único descontente e que de fato cada pessoa é única - embora muitos sejam muito parecidos - e embora se tenham características semelhantes, não se pode fazer tantas generalizações. Já dizia Millôr Fernandes: "Todas generalizações estão erradas, menos esta". No fim das contas sou um brasileiro afastado do esteriótipo e a Tchuby não é nenhum ET.

Por: Mário Brandes

sábado, 29 de agosto de 2009

Imperativo: Ouça!

Pensei em começar esse post dizendo que tinha iniciado uma nova seção no blog, mas seria mentira. A nova seção seria para downloads de discos, coisa que já fiz anteriormente. O que aconteceu foi batizar a seção, nomeá-la como "Imperativo".
Sempre tive esse lance de recomendação com coisas que gosto, de mostrar para outras pessoas coisas que eu gostava, sejam discos, livros, filmes, revistas, etc. Mas o jeito de mostrar era um pouco imperativo, quase uma ordem, não era algo do tipo "se quiser escutar isso...", e sim coisas do tipo "Ouça isto!". Existe o risco do disco, ou livro, ou qualquer outra coisa recomendada tornar-se essencial - quem sabe mudar a vida da pessoa? - mas para isso é necessário que a "vítima" experimente. Então, ouça:



2009 - Shaka Rock - Jet

Terceiro álbum da banda australiana que faz um hard rock divertido e grudento, capaz de grudar nos ouvidos em poucas audições. O clipe da música de trabalho She's a genius já rodava exaustivamente na MTV antes do lançamento do disco. O lançamento me causou grandes perspectivas e não fui decepcionado.


  1. K.I.A (Killed In Action)
  2. Beat on repeat
  3. She's a genius
  4. Black Hearts (On fire)
  5. Seventeen
  6. La di da
  7. Goodbye Hollywood
  8. Walk
  9. Time like this
  10. Let me out
  11. Start the show
  12. She holds a grudge
  13. Don't break me down
  14. Everything will be allright
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2009 - Hein? - Ana Cañas

A cena alternativa brasileira gradativamente está ganhando espaço, graças à popularidade da internet e sites de divulgação de trabalhos como o Trama e o MySpace. O artista hoje, se não é lançado na internet, pelo menos é popularizado por ela, tornando-se independente de meios de comunicação como a televisão, por exemplo. Em seu novo disco, Ana Cañas, mostra seu som moderno que mistura jazz, rock e música brasileira. A jovem e charmosa fã de Ella Fitzgerald, entre contrabaixos distorcidos, boas levadas de guitarra e participação de gente da estirpe de Arnaldo Antunes, no seu novo trabalho, mostra o que há de melhor em sua arte.

  1. Na multidão
  2. Coçando
  3. Na medida do impossível
  4. Esconderijo
  5. Sempre com você
  6. Chuck Berry fields forever
  7. Gira
  8. Problema tudo bem
  9. Aquário
  10. A menina e o cachorro
  11. Não quero mais
  12. O amor é mesmo estranho
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Por: Mário Brandes

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

As mães são todas iguais... E os filhos também

Meninos e meninas, todos os filhos são iguais. Dão os mesmos “pitis” para terem o que querem, eles dão as mesmas preocupações, recusam a comida do mesmo jeito, e sujam as fraldas e as roupas do mesmo jeito.
As mães aprendem com os filhos, sempre acreditei nisso. Apesar de a minha mãe nunca confessar, com medo de que ficássemos sem modéstia nenhuma. O que nuca me ocorreu, modestamente falando.
Outro dia a caminho, vi filho e mãe chegando em casa. Cheia de sacolas do mercado a mulher magra alta e forte, alcança a chave para um menino de mais ou menos uns cinco anos.
O menino era lindo, cabelo cacheadinho, magrinho também, mas uma magreza saudável, é claro. E deve ser desses bem “tinhosos”. Todo guri criança que é bonitinho é tinhoso e até os que não são tão bonitinhos.
_ Abra a porta para mim filho!
E lá se foi correndo o piá, atrapalhado caiu no chão e sujou o moletom do homem-aranha que vestia. É que eu notei só no moletom quando ele levantou pude ver o estado de terra qual se encontravam as calças jeans. E a mãe dele também viu.
Esperto o menino notou a olhada que a mãe deu em sua roupa. Antes que ela o repreendesse suplicou:
_ Desculpa Mãe. Desculpa Mãe. Desculpa, desculpa...
_ Ahh não Lorenzo, olha só isso, agora pede desculpas! O estado da roupa.
_ Mas Mãe, a senhora disse que quando fazemos coisas erradas deve-se pedir desculpas não é?
_ Sim, mas, devia ter pensado antes de sair correndo como um louco, não teria tropeçado, não teria caído e essa roupa não estaria imunda a essa hora.
Ela parou no meio do caminho com as sacolas aparentemente pesadas e ficou discutindo com a criança.
_ Eu lavo mãe. Tentando minimizar a tragédia do dia que fora culpado.
_ Não você não lava, quem tem que ir para a máquina sou eu. Pensei: quanta dificuldade colocar uma peça de roupa dentro da máquina. Parece que o guri ouviu meu pensamento e respondeu.
_Mas mãe, então se é só colocar na máquina...
_ LORENZO! Aí ela gritou, ele tinha respondido para ela, uma afronta com cinco anos de idade – que gênio! Eu observava.
Um dia me disseram que os Gabriéis, Rafaéis, Júniors, Vitors, Joãos e Pedros, (nomes que geralmente as mães criativas batizam seus filhos), que os meninos que tem esses nomes são teimosos, ativos, curiosos quando crianças. O conceito tinha caído ali mesmo por terra e literalmente, o nome do guri era Lorenzo. Ele tentou de novo.
_ Mãe me desculpa.
_ Desculpas?! Você deve ser mais calmo, não deve se sujar desse jeito, NINGUÉM se suja assim. E não diga que vai lavar suas roupas sou eu quem faz isso.
_Então não vou lavar mãe, não vou correr, nem vou me sujar, está bem?
_ Eu conheço você, amanhã é outra muda de roupa suja.
Eu duvidei da sanidade dela naquele momento, a discussão era patética já estava indo embora. E o guri falou.
_ Então nesse caso eu nunca mais peço desculpas para ninguém! A porta está aberta mãe.
Com a resposta dele eu segui meu caminho, não fiquei pra escutar as próximas palavras que aquela demolidora de sonhos iria proferir. Já tinha escutado um sábio naquele dia.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Procura-se rapaz latino-americano sem dinheiro no banco


No último domingo (23/08) o Fantástico exibiu uma matéria sobre o desaparecimento do cantor e compositor Belchior. Após a reportagem, o caso tomou grande repercussão e agora o Brasil e o mundo se pergunta onde está o cara que escreveu "Como nossos pais".
Auto-exílio, jogo de marketing, preparação secreta de um novo disco ou apenas um espairecer? São inúmeras as hipóteses levantadas sobre o motivo do sumiço e embora tenha sido visto no ano passado - ao participar de surpresa em um show do Tom Zé - não existe ainda nada concreto sobre o porquê do desaparecimento.
A mim, fã de Belchior, só resta lamentar que entre tanta gente que poderia muito bem desaparecer - o próprio Zeca Camargo, por exemplo, seria uma boa - tenha sido ele o sumido.
Segue abaixo o link para o download de Alucinação, um dos melhores discos de Belchior e, sem sombra de dúvida, uma das maiores obras da música brasileira.


1976 - Alucinação - Belchior













  1. Apenas um rapaz latino-americano
  2. Velha roupa colorida
  3. Como nossos pais
  4. Sujeito de sorte
  5. Como o diabo gosta
  6. Alucinação
  7. Não leve flores
  8. À palo seco
  9. Fotografia 3x4
  10. Antes do fim
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Por: Mário Brandes

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Jogo ou bochincho!



Na última terça-feira (25/08), o presidente do senado José Sarney teve derrubada a sua tese de que a casa se normalizaria após o arquivamento dos processos que pesam sobre suas costas.
A insatisfação geral da nação quanto a permanência de Sarney no senado é palpável, tão concreta quanto um bloco de pedra. Com a notícia de arquivamento dos processos contra o peemedebista, 5 integrantes do senado renunciaram como forma de protesto. Para o senador Almeida Lima (PMDB - SE) - aliado de Sarney - a atitude da oposição é "uma demonstração da incapacidade (...) eles não sabem ver suas teses derrotadas".
Direto da tribuna, o senador Eduardo Suplicy (PT - SP) como forma de demonstrar o seu descontentamento com a permanência de Sarney, dirigiu um cartão vermelho ao presidente do senado.






A atitude de Suplicy, muito provavelmente, não surtirá o menor efeito, já que Sarney é o dono da bola e está se lixando para as regras do jogo nesse grande futebol de várzea que é o senado brasileiro.


Por: Mário Brandes

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O que se espera da juventude?



Há uma dúvida em meio a avanços tecnológicos e decorrer de tempo histórico. A respeito de algum conceito ou teoria, sobre mundo político-social, que os jovens possuem hoje em dia. Não existe viva alma que saiba. Está cada vez mais difícil de descobrir.
Estamos no mês em que se comemoram os quarenta anos do mais importante festival de música, simplesmente algo histórico, três dias, meio milhão de jovens refletindo sobre o mundo político, econômico, “social”; questionando, conversando e... bem outras coisas a mais.
Sabe-se que esse povo todo ficou esses três dias acampados, sem banho ou não, comendo ou não, sem água ou não. A multidão estava ali. Foi revolucionário e surpreendente até hoje. Eles estavam todos movidos por uma sede de mudança e de revolução, desejando o incomum: o World Best.
Existia toda perspectiva violenta possível no mundo na época, enquanto o Brasil estava em tempos de ditadura, os EUA e Vietnã se encontravam em guerra. Motivos suficientes para despertar o sentimento de protesto, em várias pessoas de todo o planeta que reuniram-se em uma fazenda no interior de NY. Entre eles, outro mundo, outra energia, paz, amor, harmonia, ideias novas e música, muita música. Era o clima de Woodstock.
Podem me questionar se era nascida naquele tempo para saber se foi assim. Claro que não. Não sei como foi. Vi reportagens e pesquisei na internet, vi fotos. Imagens me transmitiram a sensação e o espírito de esperança daquele horror de gente. Todo mundo sabe que eles não conseguiram mudar nada. O mundo harmonioso que a geração sessentona sonhou nunca existiu. Lastimável e realista conclusão.
Contudo, percebe-se neles o que não há a muito tempo: jovens inconformados. Não há jovens que questionem a desigualdade social, as injustiças, direitos como cidadãos com sede de mudança.
Não existem adolescentes que assistam ao Jornal Nacional, que leiam jornal, demonstrem interesses pelo mundo. A alienação intelectual não é o que se espera de uma juventude.
Mas a de hoje é alienada porque é mais fácil optar que a política seja chata. Ter em mente que a minha geração não vai mudar o mundo, a geração dos meus pais tentou e não conseguiu. A única coisa que fizeram foi dar impeachment em um presidente corrupto nos anos 80. É muito mais habitual escutar funk’s com letras idiotas (irracionais), e sertanejos gritantes ensurdecedores de péssimas rimas, que preferir ritmos transmissores de bom conteúdo cantados por artistas de sonora qualidade, digo qua-li-da-de.
Ninguém mais quer mudar nada, está tudo bem. Para que reivindicar? A alienação não trás levantamentos, nem ao menos inquietações, ela é cômoda. É o Orkut, MSN, Twitter, e o que mais inventarem quem move os jovens, a revolução é virtual, o domínio é eletrônico.
É intransigente tentar um diálogo com quem é afastado por própria vontade do mundo real. Como mencionar -transformação social- com alguém que tem por hábito de leitura e escrita o seu e o perfil dos amigos da internet. Poderiam ler um livro, um jornal, para desencantar o costume de leitura, sabedoria não ocupa espaço.
A essa aceitação, me vejo contrária a essa conformidade. É muito difícil criticar as atitudes dos jovens sendo um deles. Quem sabe eu tenha nascido no tempo errado.

Por: Daíse Carvalho

sábado, 22 de agosto de 2009

Por que ler afinal?

Muito se fala, e não é de hoje, sobre a importância da leitura. Na faculdade de Letras que curso, um assunto sempre abordado é a formação de leitores.
Bate-se muito na tecla de que o jovem de hoje não gosta de ler, o que é uma verdade, entretanto, acredito que a maneira com que muitas vezes se tenta fazer com que esta pessoa se torne um leitor é ineficaz.
Fazer com que um guri de 14 anos engula Machado de Assis à força é algo cotidiano no ambiente escolar. Mas, se a leitura dos clássicos - daqueles que representam as letras brasileiras - não despertam interesse, o que despertaria?
O erro se encontra justamente na leitura obrigatória, que é realizada a contragosto para tirar a média em uma prova. Outro problema é que às vezes quem tenta formar um leitor, também não é um leitor de fato, assumindo em sala de aula um personagem que fala um texto que decorou durante toda sua graduação e que representará até a aposentadoria.
"Quem sabe ler, sabe tudo", "quem não lê é servo de quem lê", "ler também é um exercício", todas essas máximas são verdadeiras, porém o que nunca é dito é que quem lê, lê porque é divertido. A lembrança mais remota que tenho do meu saudoso pai é de o ver lendo gibi e rindo sinceramente, prazerosamente. Isso fez com que eu também quisesse ler, afinal, eu também queria entender o que aquelas letras amontoadas tinham de mágico para tornar pequenos momentos tão alegres.
Quer formar um leitor? Siga a receita:
Torne-se um primeiramente, mas torne-se sinceramente, não faço da leitura uma obrigação. Leitura é acima de tudo diversão. Apenas isso. Não diga que ler é bom, mostre que ler é bom.


Por: Mário Brandes

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Narciso acha feio o que não é espelho



Sempre gostei de mitologia, acho um barato as tentativas - muitas vezes de uma inocência poética - de compreender o mundo. Dos mitos surgiram várias expressões que usamos em nosso cotidiano, como por exemplo a palavra "narcisista" que designa a pessoa que é apaixonada por sua própria beleza.
Na história grega, Narciso era um rapaz encantado por sua beleza que ao descobrir e ficar admirando seu reflexo em um lago, caiu e morreu afogado, no lugar da morte nasceu a flor a qual hoje conhecemos por Narciso.
Conversando e pensando sobre o assunto, cheguei a conclusão de que todo mundo (ou a maioria das pessoas) é narcisista quando se aproxima de alguém. Eu, particularmente, sempre fui o típico bicho do mato, na minha, sem fazer questão de mudar o meu jeito para me aproximar de alguma pessoa. Idealista, sempre formei concepções precipitadas que mais tarde seriam destruídas, tombadas como uma das torres do World Trade Center em 2001. Buscava no sexo oposto coisas em comum comigo, numa tentativa exasperada de me encontrar em alguém, ao invés de encontrar apenas uma pessoa bacana. Atitude típica do personagem mitológico do qual já narrei a história.
Narcisismo? egoísmo? certamente. Entretanto todo mundo é narcisista e egoísta, sabe e nega, ou nega mesmo sem saber, é um defeito de fábrica da indústria da humanidade. Admitir isso pede um exercício de autocrítica que às vezes se faz dolorido, mas é a única forma de se tentar melhorar ou ao menos de conhecer a si próprio.
Escrever sobre si mesmo dá medo, pois as pessoas passam a te conhecer, é anulada sua autopreservação, mas, busco verdade e liberdade e - parafraseando Luís Fernando Veríssimo - a única pessoa realmente livre é aquela que não tem medo do ridículo.


Por: Mário Brandes



quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A gente somos inútil



Os processos que pesavam sob a figura do ex-presidente de república e presidente do senado José Sarney foram arquivados pelo Conselho de Ética (?) na última quarta-feira, 19 de agosto.
Sarney pronunciou-se dizendo que foi uma fase que passou e que a casa agora irá se normalizar.
O arquivamento de tais processos foram motivos de desgosto para alguns parlamentares (e para milhões de cidadãos) que chegaram a anúnciar a saída do PT, inconformados com a situação ocorrida.
Inconformidade esta desnecessária, visto o quanto este acontecido era previsível e até esperado. Afinal de contas, toda acusação contra Sarney era mera coisa de blogueiro que não recebe proposta de 'acordão', e ainda por cima, como bons brasileiros, "a gente somos inútil".
Agora, para ilustrar o post uma bela canção da banda Ultraje a Rigor, para o nosso país:

Inútil
(Roger Moreira)

A gente não sabemos
Escolher presidente
A gente não sabemos
Tomar conta da gente
A gente não sabemos
Nem escovar os dentes
Tem gringo pensando
Que nós é indigente

Inútil
A gente somos inútil
Inútil
A gente somos inútil

A gente faz carro
E não sabe guiar
A gente faz trilho
E não tem trem prá botar
A gente faz filho
E não consegue criar
A gente pede grana
E não consegue pagar...

Inútil!
A gente somos inútil!
Inútil!
A gente somos inútil!

A gente faz música
E não consegue gravar
A gente escreve livro
E não consegue publicar
A gente escreve peça
E não consegue encenar
A gente joga bola
E não consegue ganhar...

Inútil!
A gente somos inútil!
Inútil!
A gente somos inútil!
Inútil!
Inútil!
Inútil!
Inú! Inú! Inú...


Por: Mário Brandes


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ainda sobre o assunto



Todo mundo em pânico. A frase é nome de filme de comédia (e muito ruim em minha opinião), mas, expressa fielmente a realidade atual. O medo anda movendo muita gente ou paralisando. Também, o medo, acaba por me intimar a “tecer” esse texto, você com certeza já leu bastante sobre a Gripe A, leia esse texto, afinal, não vai ser o último que terá sua atenção.
Todos os dias os meios de comunicação abordam o assunto. E é difícil encontrar alguém que se mantenha alienado aos dias de fama do vírus. Depois de cidades gaúchas decretarem estado de emergência sem casos confirmados, após crianças perderem semanas de aula, para evitar a disseminação do vírus, agora as engrenagens voltam a girar.
Sim, estava na hora de enfrentar o inimigo de frente, irônico, mas faz sentido. Se esconder, entrar em pânico, folga nas escolas, tanto para alunos quanto para os professores, era visto que não ia dar um fim na polêmica. Encarar os oponentes é isso que deve ser feito, o primeiro desafio para amenizar o “horror” é na educação.
Cuidado em dobro, é preciso recuperar os dias letivos perdidos com a paralisação e manter o vírus bem longe das carteiras dos estudantes e deles, é claro.
A boa notícia é que houve redução na circulação do –influenza- neste mês. Convenhamos tanto alarde, para não dizer fiasco, deveria mesmo resultar positivamente. Entra em cena o redescobrimento, pois, as pessoas voltam a reconhecer a importância da higiene e da educação. Da higiene porque agora a população volta a ter o cuidado de lavar as mãos quando saem do banheiro, quando entram em casa. E da educação porque só saem de casa curadas das gripes comuns, as pessoas agora usam lenços descartáveis e garanto que vão se vacinar contra gripe no início do ano. Agora, após o recesso no retorno das aulas, nos deparamos com o enfrentamento educacional. A gripe trouxe mudanças além do medo, alertou-nos inclusive, quem é atento percebe que também graças a pandemia notou a falta de estrutura da saúde pública. Depois de um avanço inesperado nas internações todo mundo percebeu o quão vulnerável é a infraestrutura hospitalar, faltam remédios, médicos, leitos entre inúmeras questões. Isso não deve ser esquecido.
É impressionante como um vírus surgido lá no México (primeiro a sofrer o impacto da epidemia da gripe), viajou uma distância significante, em uma rapidez tão surpreendente e conseguiu chegar ao RS, quase a mesma celeridade de Usain Bolt – o africano mais rápido do mundo, aquele dos nove segundos e cinquenta e oito milésimos. Impressionante.
Há quem diga que essa “gripe suína” é igual tosa de porco: muito grito e para pouco pelo. Para que iriam tosar um porco eu não sei, mas o alarde ao menos nos leva a refletir sobre questões a respeito de saúde e educação. Alguma coisa tinha que servir.
Pois que vá embora o pânico, o horror recém está passando, o exagero também. A população um exemplo de capricho movido a álcool gel, que agora está bem caro.
Que se vá pra bem longe esse vírus, tão veloz quanto Bolt, leve com ele o medo e pavor, deixe conosco as reflexões e cuidados. Se conseguiu ler até aqui, muito obrigada.
Por: Daíse Carvalho

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Nazistas mudam de alvo

Após exterminar milhões de judeus durante o período da segunda guerra mundial, os nazistas decidem agora atacar o senado brasileiro, mais especificamente seu presidente: José Sarney - que no momento está mais perseguido do que emo em roda punk.
Acusado de nepotismo, de receber auxílio-moradia (mesmo morando em Brasília) e de utilizar dinheiro do senado para pagar seu mordomo, entre outras acusações, Sarney, tenta explicar-se todo dia.
Nesta segunda-feira (17/08), o presidente do senado, tomado de indignação, acusou o jornal O Estado de São Paulo - que publicou uma denúncia de apartamentos pagos por uma empreiteira em São Paulo - de empreender uma campanha nazista contra sua pessoa.
Segundo Sarney: "O jornal vem se empenhando em uma campanha sistemática contra mim, uma sistemática nazista de acabar com a imagem da pessoa até levar para a câmara de gás. Felizmente não temos câmara de gás no Brasil".
Por certo, o caro ícone pop Adolf Hitler riria do chilique do peemedebista e lamentaria os roubos feitos pelos políticos brasileiros, afinal, o dinheiro desviado poderia comprar a câmara de gás que anda fazendo falta nas instalações do senado.


Por: Mário Brandes

sábado, 15 de agosto de 2009

Toca Raul!


Na próxima sexta-feira (21/08) completam-se 20 anos da morte de Raul dos Santos Seixas, personagem excêntrica, inquieta e incontestavelmente uma das figuras mais importantes do rock no Brasil.
Sua obra, influenciada pelos pioneiros do rock'n'roll como Elvis Presley e Little Richard, foi a maior responsável pela criação do mito Raul Seixas. Falando de política, drogas, filosofia, amor e tantas outras questões que afligem a alma humana, com uma linguagem simples e inteligente, Raulzito causou identificação em um grande número de jovens e ex-jovens no Brasil e no mundo.
É este tipo de identificação que ocorre com as pessoas que mostra o quanto a obra de um artista possui valor.
Disponibilizo aqui para download a música "Gospel"- censurada pelo governo militar em 1974 - que estava em uma fita K7 com o produtor Marcos Mazzola, e que provavelmente será lançada junto com um novo material ainda este ano.
A letra de "Gospel" é de Raul Seixas com seu parceiro Paulo Coelho e tem os arranjos modernizados por ninguém menos do que Roberto Frejat.
É isso aí, toca Raul!!!

GOSPEL - RAUL SEIXAS


Por: Mário Brandes

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Jesus é o caminho, Edir Macedo é o pedágio.


Em mais um capítulo do seriado da vida real "Pequenas igrejas, grandes negócios" - série esta mais antiga do que a turma do Chaves - o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, foi acusado pelo Ministério Público de São Paulo de utilizar o dinheiro recebido pelos fiéis de sua igreja para benefício próprio.
Vale ressaltar que a Rede Record de televisão é propriedade de Edir Macedo (assim como a salvação das almas e algumas quadras de campo no reino dos céus), logo, quando a epopeia macediana foi transmitida pelo Jornal Nacional, uma segunda guerra fria foi declarada.
As duas maiores empresas de comunicação do Brasil batem-se de frente, enquanto os fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus, esperam o resultado do processo, para saber se afinal o dinheiro doado por eles sustentava a manutenção do templo e projetos sociais ou simplesmente bancavam reality shows como "A Fazenda".


Por: Mário Brandes

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Os copos que ainda quero alcançar

Lá em casa a hierarquia sempre foi valorizada. A mãe tinha várias formas para mantê-la, ela utilizava os copos da cozinha. Nunca foi e está longe de ser a única mãe a fazer isso.

Na hora das refeições, cada um ocupava seu lugar ao redor da mesa, o pai, é claro, à cabeceira para bancar a alimentação. Tudo isso longe, reforço, muito distante de sermos uma família digna de comercial de margarina, mas, as risadas eram soltas altas e os choros também. Muita gente na família sempre dá rebuliço.

Entretanto, com várias pessoas é preciso manter a superioridade para não perder o equilíbrio pleno meio dia. A forma simbólica encontrada pela matriarca era simples, quem se comportasse à mesa, tomava o suco, a coca-cola, a água em copo de vidro. Não que mudasse o gosto da bebida de acordo com o material dos copos. O vidro saía mais caro para os bolsos do benfeitor, o que o tornava nobre, internamente, eu exponho.

Logo, os copos de plástico eram distribuídos conforme adequado comportamento e tamanho. Mas como vidro na mão de criança é absurdo, os menores não tinham a regalia. Nos lugares superiores os vidros tintilavam transparência e imperavam, esbanjando certa solenidade, sabíamos que eram “quase inalcançáveis”, e isso nos cansava.

Certa vez secando a louça idealizei um plano. Eu sempre tive ideias, mesmo não sendo todas de impecável inteligência, melhor tê-las, do que o contrário. Olhei para o cachorro, notei a cozinha, fitei minha mãe e mirei a meia dúzia de copos sobre a mesa. E não deu outra, na hora veio a súbita vontade de puxar a toalha da mesa e bordar o chão da cozinha com cacos transparentes.

A mãe em momentos de raiva quando quebrávamos as louças, prometia fazer colares para nós com os cacos do material danificado. No instante me imaginei com um colarzinho de cacos dos copos. (Que minha mãe nunca leia esse texto). Copos miseráveis, inatingíveis, os seis, eu detestava todos, cada um, agora sim estava vingada se eu não podia usá-los também eles não poderiam me olhar com tanta imponência. Aí sim que eu vou perder para os copos!

Hábeis mãos grandes que a natureza me deu – em ocasiões futuras eu vos falarei sobre elas, sobre o tamanho delas- num piscar o acidente da semana, lá de casa, tinha acontecido: o jogo de copos da mãe agora não passava daquele conjunto de cacos de vidro no meio da cozinha. Ela nem fez o colar que vivia prometendo, ainda bem. E eu demorei anos para chegar aos copos de vidro. Convenhamos aprendi a respeitar a família hierarquicamente, mãe, pai, irmãos mais velhos, por aí vai. Tem crianças que nem sabem o que é isso, nem querem saber.

Hoje os copos de plástico são tão vistosos, coloridos, agradáveis para beber qualquer suco. Ninguém mais se importa se o copo é de vidro ou de plástico, ainda bem. É que tem muito fato que ninguém mais se importa. Com hierarquia a fim de manter a ordem, é um bom exemplo que: ninguém se importa.

E ainda tem muitos copos de vidro que eu quero alcançar.

Por: Daíse Carvalho

Eu não vou me alistar nesse exército de androides

Após um bom tempo, tentando me recuperar de uma crise criativa das fortes, volto a atualizar o blog, para falar sobre algo que vivo a repetir: a importância de se tentar ser verdadeiro.
Introduzo o texto com as palavras de um de meus poetas preferidos, Paulo Leminski:

"Isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além".

Existe um temor enorme dentro de cada indivíduo (mesmo que este negue) de não ser aceito por alguém que admira, isso faz com que a pessoa se enquadre em moldes artificiais, deixando muitas vezes de fazer o que gosta ou tenha vergonha de coisas que acredita, pelo fato de poder não ser aceito. Sair desses moldes é assustador, pois causaria uma enorme exposição e uma possível rejeição. Tudo isso faz com que o planeta seja habitado por um exército de androides. Você já se alistou?
Abaixo, letra e link pra download da música "Exército de Androides", gravada pela banda Napalm da qual fiz parte. Ela fala de modo mais claro sobre isso.


Exército de Androides
(Mário Brandes)

Por ser eu mesmo já não sei quem sou
Forasteiro em um planeta de robôs
E de nada vai adiantar
Me dizer como devo ser
Acho melhor usar seu tempo
Pra descobrir quem é você

E se eu quiser sonhar, amar ou ver ET's
E se eu quiser cantar uma canção pra você
É o que eu vou fazer
E ninguém vai me deter
Se existe uma lei pra vida
Quem faz ela é você

Eu não vou me alistar nesse exército de androides
Eu não vou me alistar nesse exército de androides

DOWNLOAD


P.S: Confiram meu primeiro trabalho como webdesigner no site www.soundeestudio.com.br


Por: Mário Brandes



quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Baile da Libertação


Agora depois que passou tudo vou partilhar com vocês observações que fiz na última semana de julho.

Bom, explico. Acontece que por forças maiores de razões efetivas, ajudo, ajudei a realização de um evento bem importante que movimenta a cidade de Itaqui. Estive de pertinho ali nos bastidores, eu vi brigas, discussões, filhas mal educadas com mães amorosas, mães serenas e filhas muito bem educadas, pais presentes e pais involuntários.

Mas de tudo, me marcou o momento em que as gurias mais esperaram ansiosas e nervosas aguardaram o momento que era por elas chamado de “Baile da Libertação”.

Simplesmente porque a vontade que algumas tinham ali era gritar se virar pra mãe e dizer, -eu não quero.

O sonho do debut faz muitos anos que é da tia, da dinda, da mãe e do pai, de todo mundo menos da debutante. Acontece que hoje em dia as mães projetam nos filhos os sonhos de adolescente. O Debut é isso, é o sonho das mães projetado nas filhas, uma família inteira se envolve, investe em tudo o que pode para ser perfeito – e é-, para que o sonho das princesinhas seja realizado. E vos digo, esse sonho não é e nunca foi delas, é das mães, que infelizmente não puderam concretizar.

Embora eu acredite que há mal nenhum nisso, que mães queiram para os filhos o que não tiveram. Acontece que o baile é a prova anual disso.

E o detalhe que fez as meninas esperarem foi que esse é o único jeito de conquistar liberdade, é o jeito que as mães impõem e é como se deve ser, na visão delas.

Convenhamos presenciei meninas felizes, mas nem se compara ao brilho no olho das mães, não eram aquelas guriasinhas que deveriam estar ali vestindo aqueles vestidões, essas ingratas.

Merecedoras seriam elas. É sim, a pletora de mães que quase encostavam o sorriso nos brincos de strass, que estavam usando.

Era engraçado escutar os papos das gurias, comentários dos gêneros: “não vejo a hora de chegar o dia do baile da libertação”, “faltam 5 dias para eu ter a minha liberdade”, essas coisas, elas trataram isso sim como sacrifício, lhes asseguro que foi.

Mães não abriam mão do sonho e filhas seguiam todas as ordens às regras em nome do bem maior a Liberdade.

Pois aí está, ou melhor, aí estão, filhas livres e mães realizadas, surgem comentários diversos por todos os lados de que as debutantes estavam lindas. E realmente elas estavam. E as mães também estavam. E agora elas estão: livres. Tudo em nome da liberdade.

Por: Daíse Carvalho