quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Baile da Libertação


Agora depois que passou tudo vou partilhar com vocês observações que fiz na última semana de julho.

Bom, explico. Acontece que por forças maiores de razões efetivas, ajudo, ajudei a realização de um evento bem importante que movimenta a cidade de Itaqui. Estive de pertinho ali nos bastidores, eu vi brigas, discussões, filhas mal educadas com mães amorosas, mães serenas e filhas muito bem educadas, pais presentes e pais involuntários.

Mas de tudo, me marcou o momento em que as gurias mais esperaram ansiosas e nervosas aguardaram o momento que era por elas chamado de “Baile da Libertação”.

Simplesmente porque a vontade que algumas tinham ali era gritar se virar pra mãe e dizer, -eu não quero.

O sonho do debut faz muitos anos que é da tia, da dinda, da mãe e do pai, de todo mundo menos da debutante. Acontece que hoje em dia as mães projetam nos filhos os sonhos de adolescente. O Debut é isso, é o sonho das mães projetado nas filhas, uma família inteira se envolve, investe em tudo o que pode para ser perfeito – e é-, para que o sonho das princesinhas seja realizado. E vos digo, esse sonho não é e nunca foi delas, é das mães, que infelizmente não puderam concretizar.

Embora eu acredite que há mal nenhum nisso, que mães queiram para os filhos o que não tiveram. Acontece que o baile é a prova anual disso.

E o detalhe que fez as meninas esperarem foi que esse é o único jeito de conquistar liberdade, é o jeito que as mães impõem e é como se deve ser, na visão delas.

Convenhamos presenciei meninas felizes, mas nem se compara ao brilho no olho das mães, não eram aquelas guriasinhas que deveriam estar ali vestindo aqueles vestidões, essas ingratas.

Merecedoras seriam elas. É sim, a pletora de mães que quase encostavam o sorriso nos brincos de strass, que estavam usando.

Era engraçado escutar os papos das gurias, comentários dos gêneros: “não vejo a hora de chegar o dia do baile da libertação”, “faltam 5 dias para eu ter a minha liberdade”, essas coisas, elas trataram isso sim como sacrifício, lhes asseguro que foi.

Mães não abriam mão do sonho e filhas seguiam todas as ordens às regras em nome do bem maior a Liberdade.

Pois aí está, ou melhor, aí estão, filhas livres e mães realizadas, surgem comentários diversos por todos os lados de que as debutantes estavam lindas. E realmente elas estavam. E as mães também estavam. E agora elas estão: livres. Tudo em nome da liberdade.

Por: Daíse Carvalho

Um comentário:

  1. Gostei do artigo Baile da Libertação , nada contra e muito menos a favor, desse cujo baile, mas como é um desejo de mãe faz o que?? Mas as mães parecem vivem na terra do faz de conta onde um baile, vai deixa as filhas felizes para sempre, onde um baile e considerado um extrato acima de qualquer coisa , parecem q os últimos 15 anos de suas filhas se resumi a esse dito baile que por acaso ( pra mim já caiu no senso comum), falta vida nesse baile.

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