sexta-feira, 28 de agosto de 2009

As mães são todas iguais... E os filhos também

Meninos e meninas, todos os filhos são iguais. Dão os mesmos “pitis” para terem o que querem, eles dão as mesmas preocupações, recusam a comida do mesmo jeito, e sujam as fraldas e as roupas do mesmo jeito.
As mães aprendem com os filhos, sempre acreditei nisso. Apesar de a minha mãe nunca confessar, com medo de que ficássemos sem modéstia nenhuma. O que nuca me ocorreu, modestamente falando.
Outro dia a caminho, vi filho e mãe chegando em casa. Cheia de sacolas do mercado a mulher magra alta e forte, alcança a chave para um menino de mais ou menos uns cinco anos.
O menino era lindo, cabelo cacheadinho, magrinho também, mas uma magreza saudável, é claro. E deve ser desses bem “tinhosos”. Todo guri criança que é bonitinho é tinhoso e até os que não são tão bonitinhos.
_ Abra a porta para mim filho!
E lá se foi correndo o piá, atrapalhado caiu no chão e sujou o moletom do homem-aranha que vestia. É que eu notei só no moletom quando ele levantou pude ver o estado de terra qual se encontravam as calças jeans. E a mãe dele também viu.
Esperto o menino notou a olhada que a mãe deu em sua roupa. Antes que ela o repreendesse suplicou:
_ Desculpa Mãe. Desculpa Mãe. Desculpa, desculpa...
_ Ahh não Lorenzo, olha só isso, agora pede desculpas! O estado da roupa.
_ Mas Mãe, a senhora disse que quando fazemos coisas erradas deve-se pedir desculpas não é?
_ Sim, mas, devia ter pensado antes de sair correndo como um louco, não teria tropeçado, não teria caído e essa roupa não estaria imunda a essa hora.
Ela parou no meio do caminho com as sacolas aparentemente pesadas e ficou discutindo com a criança.
_ Eu lavo mãe. Tentando minimizar a tragédia do dia que fora culpado.
_ Não você não lava, quem tem que ir para a máquina sou eu. Pensei: quanta dificuldade colocar uma peça de roupa dentro da máquina. Parece que o guri ouviu meu pensamento e respondeu.
_Mas mãe, então se é só colocar na máquina...
_ LORENZO! Aí ela gritou, ele tinha respondido para ela, uma afronta com cinco anos de idade – que gênio! Eu observava.
Um dia me disseram que os Gabriéis, Rafaéis, Júniors, Vitors, Joãos e Pedros, (nomes que geralmente as mães criativas batizam seus filhos), que os meninos que tem esses nomes são teimosos, ativos, curiosos quando crianças. O conceito tinha caído ali mesmo por terra e literalmente, o nome do guri era Lorenzo. Ele tentou de novo.
_ Mãe me desculpa.
_ Desculpas?! Você deve ser mais calmo, não deve se sujar desse jeito, NINGUÉM se suja assim. E não diga que vai lavar suas roupas sou eu quem faz isso.
_Então não vou lavar mãe, não vou correr, nem vou me sujar, está bem?
_ Eu conheço você, amanhã é outra muda de roupa suja.
Eu duvidei da sanidade dela naquele momento, a discussão era patética já estava indo embora. E o guri falou.
_ Então nesse caso eu nunca mais peço desculpas para ninguém! A porta está aberta mãe.
Com a resposta dele eu segui meu caminho, não fiquei pra escutar as próximas palavras que aquela demolidora de sonhos iria proferir. Já tinha escutado um sábio naquele dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário