quarta-feira, 28 de abril de 2010

(Ainda nem) começou mal!


Durante boa parte da história da educação brasileira, o ensino de música nas escolas esteve presente. Há aproximadamente 30 anos, a música deixou de ser disciplina das escolas para tornar-se conteúdo da disciplina de Educação Artística - fazendo com que esta englobe inúmeras práticas artísticas, tornando-se um campo de vasta amplitude, prejudicando seu ensino.
Agora, após estas três décadas de esquecimento, a música volta a tornar-se disciplina obrigatória na grade curricular do Ensino Básico através da lei 11.769/2008, publicada no Diário Oficial em agosto de 2008. O prazo para que esta lei entre em vigor é de 3 anos, assim sendo, a partir do ano que vem o ensino de música nas escolas acontecerá de fato.
O que tinha de muito positivo nesta lei vai por água abaixo com o veto do artigo da lei que previa que os professores de música tivessem formação específica.
Sob o - contraditório - argumento de que o Brasil não comporta tantos professores licenciados em música e que muitos músicos bons não possuem formação acadêmica, a disciplina de Educação Musical já renascerá sob o signo da má qualidade, quebrando a tese de que não há nascimento de nada feito "nas coxas".

Por: Mário Brandes

terça-feira, 27 de abril de 2010

A velha mão na cabeça

"Tu não podes dar o peixe, tens que ensinar o guri a pescar". Esta é uma frase que assim como vários adágios populares estão impressos na memória coletiva. Entretanto, acredito que quase tudo que está assim tão fixo na coletividade cai no senso comum e nunca é questionado.
Esta frase não é de uma complexidade gigantesca, então certamente ela é aplicada na prática, certo? Errado!
Vivemos em um país paternalista e assistencialista em que as escolas - que deveriam ser o berço da criticidade - tornaram-se apenas um "caminho para um bom emprego" ou uma "preparação para o vestibular", deixando um pouco de lado a essencial formação de um cidadão crítico.
O ápice paternalista dá-se sem dúvidas nas escolas, onde a dificuldade (e a preguiça) na docência fazem com que alunos copiem do livro respostas para perguntas que também vieram no livro, sem que haja a menor criticidade nisso. Este exercício de cópia (obsoleto em tempos de Ctrl+C e Ctrl+V) encaixa-se no melhor estilo "finge que ensina que eu finjo que aprendo".
Algumas escolas não usam mais o sistema de reprovação - pelo menos em algumas séries - sob o pressuposto de que isso desestimula o aluno. Empurrar velhas dificuldades com a barriga, doando certificados de conclusão de cursos a alunos semi-analfabetos, alimentará significativamente nosso estoque de fantoches a serem manipulados nesse grande circo chamado Brasil.


Por: Mário Brandes

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sujo versus Mal Lavado



Adicionar vídeoO Twitter tem sido a coisa mais divertida desde o tempo do colégio em que pequenas intrigas eram inventadas para ver se saía porrada na saída. Evoluindo essa diversão - como já devia de supor Charles Darwin - o Twitter tem sido utilizado como um sucessor natural na teoria das espécies dessa antiga brincadeira de escola. Agora, no mundo digital, as pessoas tem a vantagem de provocarem e serem provocadas dentro do conforto de seus lares, com seus traseiros confortavelmente sentados em cadeiras giratórias.
Eis que o último "duelo" do Twitter se iniciou quando Di Ferrero, vocalista da (insuportável) banda NxZero postou em seu microblog:
"Raimundos é foda ! #VoltaRodolfo!!!"
Para os desavisados de plantão, Rodolfo não é mais vocalista dos Raimundos há um bom tempo, sendo há pouco tempo substituído pelo (ex?) vocalista dos (também insuportável) Detonautas, Tico Santa Cruz.
Tico Santa Cruz levou o post de Di Ferrero como ironia e respondeu que "daria um abraço" em Di
quando estes se encontrassem em Porto Alegre em um show que farão dia 1º de maio.
Tico há um bom tempo vem mostrando uma postura extrema anti-emo, o que no mínimo é causa de muitas gargalhadas no meio musical, visto que a banda que ele comanda(va?) tinha todos os requisitos para ser considerada uma banda emo, quando isso ainda não era moda.
Nessa luta do Sujo contra o Mal Lavado, já se enxerga Tico Santa Cruz como uma espécie de Hitler que pretendia exterminar homossexuais enquanto ostentava aquele suspeito bigode à la Village People.

Por: Mário Brandes

sábado, 24 de abril de 2010

O pior inimigo

Cada pessoa contém em si multidões. Tentamos nos iludir pensando ser unicamente de uma forma, pensando que nos conhecemos em nossa totalidade. E quem nos faz pensar dessa forma? nós mesmos.
Às vezes penso que sou meu pior inimigo, assim como penso que isso vale para qualquer pessoa. Todos os nossos medos, repressões, limitações embatem-se com nossa coragem, nossa vontade, nossa inteligência.
No fim das contas, tudo que te impede de fazer qualquer coisa é obra sua, basta ter coragem de pensar nisso com seriedade e encarar-se no espelho, para ter a certeza, ao reconhecer em sua face a face inimiga.
A vida resume-se numa constante e incansável luta contra si mesmo.
Esqueçam isso. Tenho 20 anos, que posso saber da vida além de banalidades? Tudo isso não passa de uma 'onda' que bate após a meia-noite, na companhia de um violão num canto e um Pink Floyd tocando ao fundo.
Já estou tentando desdizer o que disse, realmente sou meu grande inimigo.


Por: Mário Brandes

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sim, te perdôo!

Cá estou novamente, tirando as teias de aranha do blog quase abandonado. Fazia um tempo já eu tava a fim de atualizar, mas por vários motivos não o fiz, falta de tempo e assunto também. Agora pus minha vontade em prática e apareci novamente.
Não tenho um assunto específico pra falar, só vou comentar algumas coisas interessantes que aconterecam durante esse período em que não apareci por aqui pra "tirar o atraso".
Bom, o que eu não poderia deixar de falar é do show do Nenhum de Nós em Itaqui, foi sensacional, por uma noite a cidade extremamente provinciana teve um surto de qualidade cultural e proporcionou um show excelente à um público sedento que foi com toda sede ao pote.
Agora, a piada do mês veio do Vaticano, onde foi publicada uma carta perdoando os Beatles pelo comentário do John Lennon de que estes eram mais populares do que Jesus Cristo. É hilário notar que agora, 40 anos após o fim do quarteto de Liverpool, ainda não tenham entendido o comentário de Lennon, que se referia a um fator de popularidade e não uma afronta pagã, uma tentativa de descentralização ou até mesmo destruição da hegemonia cristã na América.
Depois dessa é impossível não imaginar o eterno galã que causava suspiros na vila do Chaves dizendo seu bordão, que agora uso pra vocês que abandonaram a leitura do blog pela falta de post's:
"- Sim, te perdôo!"

Por: Mário Brandes