quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sirva a Catalunha de modelo a toda terra.


A Catalunha, comunidade autônoma espanhola, mostrou ao mundo essa semana um exemplo de bom senso e da vitória do progresso sobre tradições arcaicas com a proibição das touradas, "esporte" típico da cultura local, o que equivaleria ao futebol no Brasil.
O assunto tem causado uma polêmica gigante não somente em território espanhol, mas em todo o mundo, pois há uma crise entre a violência contra os animais e os valores culturais seculares da Espanha.
Acontece que por mais que esta atividade seja a "marca registrada" de um país, não é possível nem que se entre em debate uma questão como essa, é tão óbvia e nítida a estupidez humana que sacrifica animais com propósitos de criar um espetáculo sádico. Eu espero de todo o coração que, como diz a letra do hino do Rio Grande do Sul, esta façanha da Catalunha sirva "de modelo à toda terra".

Por: Mário Brandes
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terça-feira, 13 de julho de 2010

I wanna rock'n'roll all night and party every day!


O antes indecente e hoje quase inocente rockabilly, o furioso e politizado punk rock HC, o alternativo indie rock, o filho das trevas heavy metal, o musicalmente intelectual rock progressivo, o tão rejeitado quanto aceito emocore, etc. São inúmeras as vertentes oriundas de uma única entidade: o rock'n'roll.
Hoje, 13 de julho, dia mundial do rock, não poderia deixar de escrever algumas linhas sobre o maior movimento estético, cultural e juvenil do século XX e que, embora muitos datem sua morte, se perpetua até hoje.
Talvez por não ter mais 14 anos idade, eu hoje já tenha a mentalidade um pouco mais flexível para aceitar pessoas que não gostam deste estilo musical. Tudo bem, são direitos. Entretanto é absolutamente inegável a importância do gênero para o século XX e para a própria história da humanidade. Exagero? Insisto em dizer que não, pois o rock sempre foi muito mais do que música, foi e é ideologia, expressão.
As conservadoras instituições hipócritas dos Estados Unidos foram abaladas nos 50, garotos brancos ouviam música negra, a repressão sexual era combatida de frente ao som do Rei Elvis Presley e da guitarra e do piano negro de Chuck Berry e Little Richard, respectivamente. A América armada e racista, viu jovens hippies protestarem contra a guerra do Vietnã ao som de Beatles e a eleição de um negro como o deus da guitarra elétrica, símbolo do gênero: Jimi Hendrix. A intelectualidade acadêmica da década de 70 presenciou jovens unirem a música rock, com novos efeitos tecnológicos e resgatarem elementos da música clássica e barroca, entre eles estavam Yes, Pink Floyd, Emerson, Lake & Palmer, Genesis e tantos outros. Em paralelo nessa década, bandas com um conhecimento musical extremamente limitado, mas com vigor jovem e força o bastante para cuspir na hipócrita sociedade como Sex Pistols, Dead Kennedys, Ramones representaram o chamado punk rock. Os até hoje tidos como "filhos do demônio" metaleiros como Iron Maiden e cia, representaram o "lado negro da força". No Brasil, a inocente Jovem Guarda fez a cabeça dos hoje senhores da década de 60 (minha mãe fez parte dessa juventude ensandecida), a bandas hippies e psicodélicas brasileiras pouco conhecidas do grande público, mas ilustres em inventidade tem seu nome na história da cultura rock do Brasil, O Terço, Casa das Máquinas, Som Imaginário, Os Mutantes. Nos anos 80, a trilha politizada fez parte da redemocratização do país com Legião Urbana, Cazuza, entre outros.
É impossível seguir citando nomes representativos pois o são aos montes, mas o que vale é homenagear e reconhecer que o rock, sendo consciência política, protesto, passadista, tecnológico ou apenas a simples e pura diversão, nada mais é do que a imortal juventude do mundo.

Por: Mário Brandes
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domingo, 11 de julho de 2010

O Beco

Complementando o post abaixo, publico a letra da canção O Beco dos Paralamas do Sucesso que descreve muito melhor do que eu a situação da qual falei. Clique aqui para ver o vídeo da música no youtube.

O Beco
Os Paralamas do Sucesso


No beco escuro explode a violência
Eu tava preparado
Descobri mil maneiras de dizer o seu nome
Com amor, com ódio, com urgência
Ou como se não fosse nada
No beco escuro explode a violência
Eu tava acordado
Ruínas de igrejas, seitas sem nome
Paixão, insônia, doença
Liberdade vigiada
No beco escuro explode a violência
No meio da madrugada
Com amor, ódio, urgência
Ou como se não fosse nada
Mas nada perturba o meu sono pesado
Nada levanta aquele corpo jogado
Nada atrapalha aquele bar ali na esquina
Aquela fila de cinema
Nada mais me deixa chocado
Nada!


Por: Mário Brandes
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A banalidade da violência


O último jogo da copa do mundo nem começou e o assunto que mais se vê nos telejornais é sobre um jogador de futebol. Embora o protagonista da cena seja um esportista, não é de cunho esportivo todas as reportagens. O tão falado caso do goleiro Bruno do Flamengo chocou o Brasil e o mundo por sua carga de brutalidade que atingiu o ponto clímax com o relato de que o cadáver teria sido dado para que os cães comessem.
Falou-se sobre a frieza dos psicopatas em vários meios de comunicação, entretanto, não só pessoas com algum desvio psicológico são desse jeito, o mundo tornou-se há muito um lugar frio. Falando especificamente do Brasil, a violência tornou-se um lugar comum, um clichê. Quase todas as pessoas já foram assaltadas e quem não foi conhece alguém que já foi. A notícia de um assassinato é algo demasiadamente corriqueiro, ninguém mais se importa, como dizem 'a vida continua'. O povo perdeu a capacidade de chocar-se, o caso do goleiro Bruno recebeu muita atenção por este ser uma pessoa pública e pelo motivo de que o detalhe da inclusão dos cães no crime foi "inovador", foi capaz de quebrar o gelo existente no coração das pessoas, horrorizando-as.
Corre pelo twitter uma variedade de piadas sobre o caso do goleiro flamenguista, eu mesmo fiz algumas, também ri de outras. Coisas do tipo o flamengo é um timezinho mais ou menos, ali o que mata mesmo é o goleiro, ri disso, o que confirma que o assassinato é algo tão banal, tão comum que já não choca, é motivo de riso. De outras piadas não fui capaz de rir, como uma em que a vítima teria dito para o goleiro me come, cachorro, me come, e ele não teria compreendido exatamente. Quando li essa piada, não apenas não ri, como chorei decepcionado com a população e também comigo. É preocupante o caso de alguém que ri de algo do tipo.
A violência é predominante não somente pelos atos violentos, mas porque nos acostumamos a ela.
O inverno é eterno nos olhos do Brasil.

Por: Mário Brandes

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Algo de novo no front

Uma vez eu disse a Dávine - minha colega de faculdade e irmã da Daíse que escreve aqui no blog - que tenho às vezes um certo processo infantil pra poder escrever: a inveja. Nesse caso, não atualizava o blog há um bom tempo por estar escrevendo minha monografia que agora já concluída me deixa tempo para fazer coisas agradáveis das quais não tinha mais tempo - respirar, por exemplo. Entretanto, quando a Daíse me mostrou o novo layout do blog e seus novos textos, logo acabei me estimulando para aparecer por aqui novamente. Ou seja, é uma inveja produtiva. Ou não.
A foto acima é da diretoria da Associação dos amigos e amigas do teatro Prezewodowski que teve o dia 07 de julho de 2010 como data de fundação oficial,faço parte desta associação como 1º tesoureiro. Essa associação foi idealizado pelo assistente em administração da Unipampa Felipe Ethur (no centro da foto) e tem como meta fazer uma movimentação cultural na cidade, fazendo com o que o teatro municipal tão elogiado por forasteiros, seja o mais ativo possível. Eu, particularmente, fiquei muito estimulado e feliz com essa iniciativa, pois Itaqui inteiro sempre reclamou falta de eventos culturais, mas ninguém moveu uma palha. E essa associação dando certo ou não, já é um avanço, uma ação, é uma novidade no front. Disposição há para sacudir Itaqui de sua monotonia tão característica.
Aproveito o espaço para parabenizar minha colega Daíse pelo novo visual do blog e por me inspirar indiretamente a voltar a escrever.
Até breve!
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Por: Mário Brandes


quinta-feira, 8 de julho de 2010

Um DUNGA contra 190 MILHÕES de ZANGADOS


O país ainda vai chorar esse mês que passou, essa semana, semana passada, esse ano e os próximos quatro também será assim durante tantos meses e anos que virão. Nosso país estava preparado para o Hexa, o torcedor estava preparado, o ano estava preparado, aliás, Neymar e Ganso eram os únicos que não estavam preparados, para serem deixados no Brasil. Foram preparados para não fazer parte do espetáculo.
Devido à exclusão crucificou-se um homem. Jamais de maneira alguma na história desse país, um técnico fora simultaneamente tão descolado em suas roupas e tão estúpido em suas palavras. Somos testemunhas oculares da história, o mundo inteiro assistiu o homem que nos trouxe o tetra campeonato nas mãos, Carlos Caetano Bledorn Verri o Dunga, embalou a taça e colocou no colo dos cidadãos brasileiros, em noventa e quatro. Mas nesse momento certamente muita gente nem lembrou disso, talvez não fizesse sentido.
Foram selecionados os melhores da nação, no esporte que se idolatra no Brasil, os escolhidos para representantes do País da Bola. Apresentou-se a seleção, a palavra que já se comunica sozinha, a seleção que desapontou. Os onze melhores espantaram à todos. Devido a decepção Crucificou-se um homem. A partir daí insultos sobraram, chingamentos, injustiças, demonstrações de falta de apreço, mútua, entre comissão técnica e jornalistas.
Notamos um Brasil unido, um país em verde e amarelo, todos uma família só, uma torcida unida. Todos unidos em nome do futebol. Plausível, mas isso preocupa. O país que falo, demonstra orgulho em tudo que tem, é o país que enxerga possibilidade de sorrir enquanto se enfrenta muitos problemas, que como a publicidade já exaltou somos um povo que não desiste nunca. Somos, éramos se é que me entende.
Acredita-se que isso tudo possa ser um sinal, interpreta-se também como um puxão de orelhas, para que o povo pense bastante em união, continue com a mesma força de vontade, com pensamento e mobilização positiva. Quando penso nisso quero me referir a união social, a união que abriga, que ajuda, e principalmente, antes que querer um mundo melhor, faz.
Agora começaremos a assistir ao horário eleitoral, vem aí a turma do “Vote em Mim!” Eles vão tentar nos persuadir com promessas, cobranças ao alheio, posicionamentos esquerdistas, imposições desnecessárias. Quem costuma dizer que não gosta de política deveria mesmo assim prestar atenção nas falas dos candidatos, pois, serão eles nossos representantes. Somos torcedores do Brasil, esperamos viver em um país mais humano, mais preocupado com a cidadania. A realização de um Brasil mais justo começa pelo nosso voto, o mesmo não depende de nós enquanto torcedores de futebol, não entramos em campo. O Hexa não estava em nossas mãos, mas uma torcida de milhões o esperou. A melhora do país já é diferente.

Por: Daíse Carvalho