sábado, 24 de outubro de 2009

Imperativo: Leia!


Memória de minhas putas tristes - Gabriel García Márquez


Envolvido até a testa com compromissos da faculdade e outros compromissos extracurriculares, acabei por deixar de lado um tempo a leitura por pura prazer e diversão. Tudo isso, somente por falta de tempo, pois a necessidade de uma literatura envolvente pulsa em mim.
Sentindo tal vontade, revirei na estante em busca de um livro para ler, mesmo que não o terminasse, somente pelo prazer de saborear palavras, mergulhar na história e sentir o cheiro de páginas sendo folheadas. Eis então, que encontro um romance absolutamente fantástico, impactante, que havia adquirido o ano passado, é ele: Memória de minhas putas tristes do colombiano e nobel de literatura Gabriel García Márquez.
A obra narra a história de um cronista ancião que em seu aniversário de 90 anos decide se dar de presente uma noite com uma adolescente virgem. Nasce então um sentimento arrebatador por parte do idoso à menina de 14 anos - alcunhada pelo velho de Delgadina. O sentimento torna-se puro e poético, marcando cenas de ares espalhafatosos e bonitos como neste trecho:

Virei outro. Tratei de reler os clássicos que me mandaram ler na adolescência, e não agüentei. Mergulhei nas letras românticas que tanto repudiei quando minha mãe quis me forçar a ler e gostar, e através delas tomei consciência de que a força invencível que impulsionou o mundo não foram os amores felizes e sim os contrariados. Quando meus gostos musicais entraram em crise me descobri atrasado e velho, e abri meu coração às delícias do acaso.
Me pergunto como pude sucumbir nesta vertigem perpétua que eu mesmo provocava e temia. Flutuava entre nuvens erráticas e falava sozinho diante do espelho com a vã ilusão de averiguar quem sou. Era tal meu desvario, que em uma manifestação estudantil com pedras e garrafas tive que buscar forças na fraqueza para não me colocar na frente de todos com um letreiro que consagrasse minha verdade: estou louco de amor.

Enfim, eis a sugestão literária do Efêmero & Irônico para quem procura um bom livro para ler.


Por: Mário Brandes

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