quinta-feira, 25 de junho de 2009

FALA NA CARA!


No Fala na Cara! de hoje uma entrevista com um estudante de jornalismo da Unipampa de São Borja e ex-vocalista da banda itaquiense Steria, que em seu momento de atividade destilava versos ácidos - como Revolução no país da bola/A pátria de chuteiras que agora cheira cola (Seu País) e Ninguém presta agora eu sei/Amizade é passado/Nunca mais eu ficarei/Desse jeito alienado (Ninguém Presta) - entre acordes barulhentos e peças de bateria esmagadas. Com vocês Eduardo Vieira:

EI - A Steria sempre foi a mais underground das bandas de Itaqui, focada em composições próprias, numa época em que todo mundo tocava apenas covers. Quais eram os ideias da banda?
EDUARDO - Em primeiro lugar obrigado pelo elogio. O ideal era a honestidade: tocar as nossas músicas e covers que gostássemos. Quem gostasse, ótimo. Quem não gostasse, azar. A intenção era ser o mais original possível.
EI - Qual foi a época de duração da banda e durante esse tempo como era o cenário do rock em Itaqui?
EDUARDO - Se contar a partir do dia que tive a ideia de montar a banda, 4 anos. De 2001 a 2005. Bom, nesse tempo penso que, afora o tradicional empenho do Tita, as outras bandas só queriam mesmo era "fazer sucesso", enquanto nós queríamos nos divertir. Nunca aconteceu qualquer tipo de consenso entre nós, talvez por isso sermos "a mais underground". Digamos que nós éramos a esquerda do rock itaquiense. Éramos nós e nós. Depois, com o surgimento da Napalm, parecia que estava começando a surgir uma nova concepção de fazer rock na cidade. Lamento MUITO que tenha acabado.
EI - Hoje na cidade a maioria das bandas foca-se em repertório autoral, dentro de seus diferentes estilos. Tu vê isso como um movimento, algo surgindo?
EDUARDO - O movimento que eu vejo é na organização do evento. E nisso o Tita e os demais estão de parabéns. Quanto às bandas, não vejo movimento não. Não vejo muita verdade e disposição das bandas daqui. Vejo mais um certo "deslumbramento" que provavelmente passe rápido.
EI - A Steria em suas letras sempre foi bastante crítica, antenada. Qual é a importância pra ti de uma música ser, além de diversão, um meio de protesto e exposição de opinião?
EDUARDO - Eu acredito que ninguém tem que escrever um "tratado" numa música. Ela pode servir só pra divertir, o que já é muito bom. Agora, a meu gosto, acho interessante a possibilidade de, numa música, tu conseguir expor uma ideia, que talvez crie identificação em outras pessoas. Um compositor que se preze tem que ter a capacidade de mostrar quem ele é, ou busca ser, em uma letra de música.
EI - O que o Eduardo de hoje anda ouvindo?
EDUARDO - Sempre a procura de bandas alternativas, diferentes. Posso citar a banda MQN de Goiás como exemplo disso. Walverdes do Rio Grande do Sul também.



É isso aí pessoal até o próximo, FALA NA CARA!

Postado por: Mário Brandes.

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