domingo, 21 de junho de 2009

Dedico às Cris(es) do mundo


A Cris é a tradução fiel das mulheres bobas. Lamento, mas as bobas ainda existem. E aos bandos. A Cris é um ser pacóvio e é claro ela não percebe. A inocência deixa de ser apenas algo ligado a ingenuidade quando os erros repetem, e se repetem a culpa não é do que provocou e sim de quem errou. Caso sejam frequentes não há mais ingenuidade alguma na história, e sim patetice.
A Cris eu conheço desde os tempos de colégio, e que tempos! Era como a folha seca que o vento dirigia, completamente vulnerável. Parecia estar sempre indecisa e desatenta, mas tinha bom coração. E como se a bondade contida no coração fosse arcar com as indecisões e os erros que ela cometia, principalmente com ela.
Ela perdia dias de avaliações, contestava trabalhos que tinha tirado nota baixa por merecimento (e ela sabia disso), contudo exigia das professoras uma explicação!
Tinha medo de sair à noite, mas virava a madrugada olhando vídeos infantis, detestava cachorros. Devia ter medo deles, para não confessar dizia não gostar. Ora não gostar de animais. Como consequência não gosta da natureza. Não contava uma piada, casos raros, as quase extintas que pulavam de sua boca, sempre pertenciam ao humor-negro. Um belo dia contou que recebera flores. Contou e saiu.
Uma mulher que ganha flores conta até detalhes sobre o laço do buquê e as cores das flores, das pétalas e folhinhas. Ela não. Tímida se aproximou contou e saiu. Pudera ela recebeu flores e não disse nada. O mais intrigante: ela recebeu!
Será que eram realmente filmes infantis que ela virava a noite olhando? E sua desatenção podia ser um déficit, devido a dar atenção para outras (os) coisas, então? As duvidas me cutucaram a mente por dias. Eu não fiz esforço para desvendá-las, conclui: a Cris também tinha admirador. E dos bons, para mandar flores. Mas ela não quis saber.

Não deu a mínima para as flores, acho até que ela as jogava fora. Contou que recebeu, para que ficassem com inveja. Além de boba esnobe! Desperdiçar alguém que mande flores, não gostar de animais, desatenta, desavisada. Que vulnerável o que, a mulher tinha um coração de pedra. Isso sim! Todo tempo fez tipo, o jeito que gostava de levar a vida era assim. Bobo é quem decide questionar o comportamento de outros ao julgá-los como tolos. Como eu fiz.
A coitada da Cris, que mulher brilhante, que genial. Uma personalidade excêntrica. Quem que era a boba? A que ficasse derretida com o fato de ganhar meia dúzia de plantinhas que secam dali uma semana.
E a Cris forte e dona de si. Nunca percebi isso nos tempos de escola, só agora. Como pude me enganar.
E o nome dela nem é Cris.


Por: Daíse Carvalho

2 comentários:

  1. Dona de sí,nada... A Cris é uma insensível, isso sim

    ResponderExcluir
  2. Ei olha eu particularmente adorei, achei muito interessante, meus parabéns.. tu tem como eu posso dizer, tu tem "dom" de fazer com que as pessoas que estejam lendo se interessar pelo assunto, fazendo com que eles gostem e se empolge lendo.. Eu gostei, continua assim

    ResponderExcluir