sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Quando a tolerância ofende


O homem é um ser social. Não é preciso sacar nada de sociologia - nem mesmo ler a orelha de uma obra do Durkheim para ganhar ares intelectuais - para fazer uma afirmação como essa. Até mesmo a mente mais pretensiosa há de concordar que o ser humano é incapaz de viver isoladamente. Ele necessita da presença do outro, da aprovação - ainda que minta para si mesmo que não - do outro. Ora, se é então algo tão essencial, tão inerente à condição humana, por que a convivência é algo tão difícil?
Somos todos indivíduos egoístas, em maior ou menor grau, e somos, também, essencialmente diferentes. Ok, nada de novidades até aí. Com base nisso, uma boa convivência está atrelada ao exercício da tolerância, afinal, se somos mesmo todos diferentes, paciência, respeitemos tais disparidades, mesmo que algumas nos incomodem. Minúsculos sacrifícios individuais seriam o preço por uma vida mais leve. Entretanto, não é isso o que ocorre, esses pequenos sacrifícios são extremamente incomodativos a determinadas pessoas. Ó o egoísmo deixando o mundo um porre aí gente!!!
Exemplificando com fatos: Liu Xiaobo, ganhador do prêmio Nobel da Paz deste ano, está preso por se opor ao regime ditatorial chinês. O PSDB que tinha em pauta uma lei para criminalizar atividades consideradas homofóbicas, deixou essa ideia para trás com medo de perder seu eleitorado evangélico - que, por sinal, saiu do armário na defesa da homofobia!
Afinal, por que as diferenças alheias nos incomodam tanto? Não sei. E, sinceramente, espero um dia nem me importar mais com isso.


Por: Mário Brandes
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