segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A volta dos que nunca foram


Primeiras semanas de janeiro e o ano ainda é novo. Deve haver uma espécie de cartilha ou guia prático para o ano novo que faz com que todo início de ano seja praticamente igual, o que é bom em alguns aspectos e em outros nem tanto.
Nessa cartilha com certeza consta o Planeta Atlântida, um janeiro escaldante e o famigerado e desnecessário Big Brother Brasil.
Quanto ao fato do programa basear-se em relações pessoais e pequenas intrigas eu não comento nada, cada pessoa tem seu tipo de entretenimento e não cabe a mim julgar se isso é certo ou errado. O que dá no saco é o programa tornar-se uma espécie de máquina que faz com que todos os participantes tornem-se "artistas".
Em primeiro lugar artista é aquela pessoa que produz algum tipo de arte, seja ela música, literatura, dança, teatro, pintura ou qualquer outra atividade do gênero. O fato de você ser vigiado 24 horas por dia, mostrando seu personagem criado e logo após seu personagem destruído com a máscara suspensa, não faz com que você aprenda a ser um artista, isso porque em segundo lugar, não se aprende a ser artista, é uma questão intuitiva e sensível, como a definição de rock'n'roll feita por Raul Seixas, a arte é algo que "não se aprende e nem se ensina".
Mas, a Rede Globo pelo jeito discorda totalmente dessa minha concepção, visto que em uma metamorfose tão repentina quanto a de Kafka, pessoas normais tornam-se cantores, atores , apresentadores, dançarinos, etc, como se os olhos eletrônicos que as espreitassem emitissem ondas mágicas de inspiração e sensibilidade que as imputassem tais dons.
Enfim, quer ser artista? Então não fique perdendo tempo dando uma espiadinha, faça o contrário, seja espiado.


Por: Mário Brandes


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