domingo, 17 de janeiro de 2010

A cor da esperança


Minha amiga Jassana foi fazer a redação da UFSM e esta tinha como centro da dissertação a figura do presidente norte-americano Barack Obama. O texto deveria discorrer a partir da questão: "Porquê as pessoas odiariam Barack Obama?".
Ao saber dessa questão fiquei um pouco intrigado, afinal, o atual presidente dos Estados Unidos é uma figura pop e embora ainda não tenha realizado os grandes feitos políticos que a população espera que ele realize, ele é bem quisto pela maioria das pessoas, não apenas de seu país, mas do mundo inteiro.
Tendo um grande histórico de racismo nos Estados Unidos, a eleição de Obama foi um símbolo de reação ao conservadorismo deste país. Entretanto, acho um pouco imprudente que depositem todas as esperanças de mudança em uma pessoa apenas pela cor de sua pele. E essas esperanças são jogadas aos montes sobre as costas do presidente que até mesmo já ganhou um prêmio Nobel. Essa atitude faz com que as pessoas esperem que Obama seja um coringa, a última tentativa, a peça chave para a democracia americana.
Se o que se espera da figura de Barack Obama não for concretizado, este será martirizado e, possivelmente, de súbito se deslocará da figura de super-heroi para a de vilão. O ato de não corresponder às expectativas mundiais pode ser um dos motivos pelos quais o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos da América venha a ser odiado. É o preço da liderança, o líder existe para levar a glória por todos, mas também para carregar os erros das outras pessoas como estigmas marcados na pele. Como diria - cantaria - Humberto Gessinger: "Obama é pop, o pop não poupa ninguém".


Por: Mário Brandes

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