sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Laicismo no Estado: uma questão de respeito.

Sou católico e vou à missa. Sinto-me confortável ao participar dos ritos dessa religião, fazendo isso de modo espontâneo e não apenas seguindo uma tradição cultural imposta por instituições que foram sólidas durante a juventude de minha bisavó e que deixaram marcas que perduram até hoje, fazendo com que muitas pessoas tenham comportamentos automáticos nunca antes questionados.
A espiritualidade humana é subjetiva e individual, tenho o direito de mostrar porque acho certa a minha concepção e tentar convencer alguém de que estou certo, entretanto, não posso impor a ninguém essas concepções. Tudo isso pelo simples motivo de que cada pessoa tem de encontrar sua própria espiritualidade e, certos ou errados, todos merecem respeito.
Entretanto, em nosso país, a religião católica é a religião oficial e nas escolas existe o ensino religioso que - agora com menos força - passa os preceitos desta religião aos alunos. A simples existência de uma religião oficial já é um desrespeito aos cidadãos, fosse a religião que fosse, ainda mais em um país marcado pela miscigenação e pela mescla de culturas - onde convivem adeptos do catolicismo, espiritismo, candomblé e várias outras religiões.
Um Estado laico não é a "perdição", o "apocalipse" ou uma "ameaça socialista", mas é sim uma instituição que respeita TODAS as pessoas no que condiz à sua espiritualidade, tomando assim uma postura democrática de fato e não uma teocracia enrustida ou algo que o valha.


Por: Mário Brandes

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