sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Educador ou professor?


É dito pelas mais variadas bocas, nas mais variadas línguas do mundo, que a educação é o maior de todos os problemas e também a melhor das soluções.
Em congressos e seminários sobre educação quem faz o curso de licenciatura ou completa o magistério ganha a alcunha de "educador". Concordo que a escola está no patamar de uma instituição formadora de opinião e carrega a bandeira (da tentativa) de criar cidadãos críticos capazes de fazer escolhas próprias, intelectualmente independentes. Entretanto, as discussões focam-se em questões disciplinares, buscam compreensão dos motivos que afetam o comportamento do aluno, esquecendo-se em grande parte da matéria a ser ensinada. Como proporcionar uma formação intelectual deixando o conhecimento em segundo plano?
Essa própria nomenclatura de "educador" sugere o ensino de um padrão de comportamento e não de partilha de conhecimento. Hoje, os professores recém formados entram em sala de aula e deparam-se com a tarefa de pedir e/ou exigir respeito ao invés de ensinar português, matemática ou biologia. Os verdadeiros educadores são - ou ao menos teriam de ser - os componentes da família que, mesmo estruturada, já não desempenha seu papel, empurrando ao professor a missão de educar seus filhos.
O maior problema da educação não é a má qualificação dos professores, mas sim a obrigação destes em atuar no lugar dos atores principais: os pais.

Por: Mário Brandes

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