
sábado, 24 de abril de 2010
O pior inimigo

sexta-feira, 16 de abril de 2010
Sim, te perdôo!

Não tenho um assunto específico pra falar, só vou comentar algumas coisas interessantes que aconterecam durante esse período em que não apareci por aqui pra "tirar o atraso".
Bom, o que eu não poderia deixar de falar é do show do Nenhum de Nós em Itaqui, foi sensacional, por uma noite a cidade extremamente provinciana teve um surto de qualidade cultural e proporcionou um show excelente à um público sedento que foi com toda sede ao pote.
Agora, a piada do mês veio do Vaticano, onde foi publicada uma carta perdoando os Beatles pelo comentário do John Lennon de que estes eram mais populares do que Jesus Cristo. É hilário notar que agora, 40 anos após o fim do quarteto de Liverpool, ainda não tenham entendido o comentário de Lennon, que se referia a um fator de popularidade e não uma afronta pagã, uma tentativa de descentralização ou até mesmo destruição da hegemonia cristã na América.
Depois dessa é impossível não imaginar o eterno galã que causava suspiros na vila do Chaves dizendo seu bordão, que agora uso pra vocês que abandonaram a leitura do blog pela falta de post's:
"- Sim, te perdôo!"
Por: Mário Brandes
quarta-feira, 31 de março de 2010
Alguma coisa ainda deve fazer você parar
O inusitado conquista reações diferentes em cada um, ações que repercutem em sensações adoráveis, ou também detestáveis. Pode nos deixar com a tensão nas alturas, elevada ao último grau, mas a vida sem surpresa seria uma vida meio termo, sem emoção, sem tempero, e logo, sem a menor graça. Prefiro nem pensar em gente que não se depare surpreendido ao menos uma vez na vida, conheço pessoas que se mantém em eterno estado de precaução, mas não há como evitar.
O mundo girando e nós sempre envolvidos com a correria, a luta do dia-a-dia, afinal, precisamos evoluir nada pode parar. Tantas pessoas pensando do mesmo jeito, preocupadas com os mesmos afazeres. Somos parte da máquina sobrevivência, e foi você mesmo quem a projetou. Nada mais nos atrai, nos faz vibrar, o tempo é curto demais para ficar pensando em inevitáveis efeitos do acaso.
Enquanto nós tratamos o acaso com descaso, ele faz pouco caso da gente. A vida não está nem aí para o que a gente pensa que vai acontecer, os nossos planos tem apenas a metade porcento das chances de dar certo. O resto quem decide é o acaso, é o efeito, o resultado das nossas escolhas, com alguns imprevistos, momentos inesperados emocionantes pelo caminho. As coisas são assim, quando conseguimos o que queremos, nos encantamos ao lembrar do caminho e das surpresas, boas ou más, que encontramos durante o percurso.
Algo ainda deve te emocionar, há de existir alguma coisa que te faça chorar, gritar, sofrer e ser intenso. Alguém pode mexer com você, sem isso estar nos seus planos. Que eu quero dizer é que alguém te faz suspirar. Nessa confusão toda existe algo que te faça pensar mais afundo. Desde o grito que salta da boca ou quem sabe o pranto de uma criança, tem seus motivos emocionantes.
A emoção se encontra nas coisas mais simples, como o gol do reserva que entrou no jogo aos quarenta e quatro, o trocado que você achou arrumando a bagunça do quarto, quando o último salgadinho da bandeja fica para você, quando sacudir a latinha te faz perceber que tem mais uns bons goles ali dentro, me refiro também a nada para fazer, pijama, agrados...Te agrada? A vida sem surpresa, sem o acaso é uma vidinha muito mais ou menos. É um descaso consigo mesmo sobreviver descartando os impulsos, sem algo que te tire do eixo as vezes. Isso é se permitir levar uma vida bem mais ou menos.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Laicismo no Estado: uma questão de respeito.

Entretanto, em nosso país, a religião católica é a religião oficial e nas escolas existe o ensino religioso que - agora com menos força - passa os preceitos desta religião aos alunos. A simples existência de uma religião oficial já é um desrespeito aos cidadãos, fosse a religião que fosse, ainda mais em um país marcado pela miscigenação e pela mescla de culturas - onde convivem adeptos do catolicismo, espiritismo, candomblé e várias outras religiões.
Um Estado laico não é a "perdição", o "apocalipse" ou uma "ameaça socialista", mas é sim uma instituição que respeita TODAS as pessoas no que condiz à sua espiritualidade, tomando assim uma postura democrática de fato e não uma teocracia enrustida ou algo que o valha.
Por: Mário Brandes
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
As pessoas mais felizes do mundo

As mães são todas donas de um poder, aptas de certa magia elas devem ter algum pacto com não sei que força atmosférica. Elas têm sim, é certo que tem. Ser único inigualável, ser mãe há de ser extraordinário. Contudo ser filho, em algumas situações seja um tanto desconfortável.
É o porto seguro de todo mundo, a rainha do lar e do coração, uma deusa de beleza e harmonia. Céus...É possível dar conta de ser a dona de um lar impecável e harmônico enquanto seus filhos as vezes se dizem insatisfeitos com as regras impostas pelas mães? Dá sim, há várias mães que fazem isso.
Há tanta injustiça nesse mundo, que não faço a mínima ideia de como eu mesma sou filha da mãe que tenho. Talvez ela me perdoe algum dia, eu não! Sempre valorizei tanto as mães, em outros temas e textos, referi-me a favor das divinas criaturas. Observo com encanto e zelo por todas, elas são o máximo. O pior é que tem pleno conhecimento disso. Por isso impõe sempre suas vontades desde quando somos ingênuos demais para arriscar a discordar, criam em nós pequenas fotocópias de si mesmo, ou então alguém com valores, no mínimo, iguais. Ensinam tudo sem cobrar nada com muita paciência esperam que seus filhos aprendam que sigam todas as regras e sigam pelo lado certo.
O “certo”, é um atravanco, mas todas a vezes em que não fui com ele aguentei consequências desagradáveis. A minha, a sua, as nossas mães são todas unha e carne com o “certo”. Decidem tudo por nós quando pequenos e quando um pouco maiores tentam nos conter nas respostas mal dadas e atrevimentos de leve. Quando adolescentes ou às vezes adultos a casa cai, porque nos transformamos em cérebros independentes, com nossas opiniões e concepções, por lógica diferente do modo de pensar de nossas mães.
Conseguem confundir a cabeça de muita gente, quando essas fazem perguntas filosóficas geralmente quando criança, aquelas dúvidas inteligentes. Na infância as dúvidas são lindas, quando crescemos é para ser assim e está decidido e ponto final.
Elas sabem que são o máximo, estão cientes de seu poder absoluto desde quando descobrem que estão grávidas e realizam o exame de ultra-sonografia para escutar nosso coração, sentem nos mexer dentro da barriga, nos vêm nascer, chorar, berrar, mamar e dizer: Mãe. Dia desses descubro de onde vem tanta força, tanta superioridade e humanidade ao mesmo tempo. E por que sempre a mãe dos outros parecemenos braba que a da gente. Sabem de tudo que vai acontecer não entendo como podem adivinhar. Esse jeito de saber tudo sempre acaba deixando muito filho louco, louco pra fazer tudo ao contrário do que dizem.
Deve ser lindo ser mãe! Ter poder sobre outra pessoa ser inteiramente responsável por ela, ser mãe é invejável, embora eu não seja invejosa. As mães são as pessoas mais felizes do mundo.
Por: Daíse Carvalho
domingo, 17 de janeiro de 2010
A cor da esperança

Ao saber dessa questão fiquei um pouco intrigado, afinal, o atual presidente dos Estados Unidos é uma figura pop e embora ainda não tenha realizado os grandes feitos políticos que a população espera que ele realize, ele é bem quisto pela maioria das pessoas, não apenas de seu país, mas do mundo inteiro.
Tendo um grande histórico de racismo nos Estados Unidos, a eleição de Obama foi um símbolo de reação ao conservadorismo deste país. Entretanto, acho um pouco imprudente que depositem todas as esperanças de mudança em uma pessoa apenas pela cor de sua pele. E essas esperanças são jogadas aos montes sobre as costas do presidente que até mesmo já ganhou um prêmio Nobel. Essa atitude faz com que as pessoas esperem que Obama seja um coringa, a última tentativa, a peça chave para a democracia americana.
Se o que se espera da figura de Barack Obama não for concretizado, este será martirizado e, possivelmente, de súbito se deslocará da figura de super-heroi para a de vilão. O ato de não corresponder às expectativas mundiais pode ser um dos motivos pelos quais o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos da América venha a ser odiado. É o preço da liderança, o líder existe para levar a glória por todos, mas também para carregar os erros das outras pessoas como estigmas marcados na pele. Como diria - cantaria - Humberto Gessinger: "Obama é pop, o pop não poupa ninguém".
Por: Mário Brandes
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Ensaio sobre a Ex-Cegueira

Durante toda a minha infância acreditei que o jogo do bicho fosse uma atividade legalizada tamanha a abertura com que era realizada na cidade. A impressão dada pelo jogo era de quase um sistema de integração entre as camadas sociais: pobres, ricos, remediados, vagabundos, estudantes e autoridades, todos rendiam-se à tentação de fazer uma fézinha.
Acredito que não era somente eu que tinha reparado no quanto o jogo acontecia abertamente no município mas, ao que parece, a polícia enxergou somente esta semana o que todo mundo já via constantemente há mais de 20 anos. E, num estouro repentino, no despertar de um transe, resolveu fazer o seu trabalho que é o de dar um jeito em tudo aquilo que está fora dos padrões prescritos pelas leis.
Hoje o jornal estampa a imagem da hipocrisia que é a pose daqueles que gabam-se de terminar com algo que fingiam não ver há muito tempo.
José Saramago, no seu famoso romance - que nunca consegui terminar de ler - Ensaio sobre a Cegueira, descreve uma epidemia de cegueira que repentinamente toma conta de seus personagens. Estaria acontecendo em Itaqui uma epidemia inversa? Quem não via passou a enxergar por um motivo ainda desconhecido? Talvez uma virose, um mal jeito...
Não tenho conhecimento do motivo que ocasionou esta epidemia em nossa cidade, mas, mesmo assim, peço encarecidamente, para encerrar, uma salva de palmas aos mais novos ex-cegos da nossa terra!
Por: Mário Brandes